Por Waldemar Borges, especial para o Blog de Jamildo Semana passada, tivemos a oportunidade de comemorar o marco institucional e acadêmico que o Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) alcançou e que devemos reverberar em todos os meios possíveis de comunicação.

Toda a comunidade de tecnologia da informação de Pernambuco fica maior, visto que comemoramos a formação do milésimo mestre da instituição.

Refiro-me à tese de mestrado que a biomédica Flávia Roberta Barbosa de Araújo, sob a orientação da professora Kátia Guimarães, defendeu com a realização de uma pesquisa na área de biotecnologia.

Além da relevância do assunto pesquisado, que consiste em encontrar interações entre pequenas mudanças no gene e a ocorrência de algumas doenças graves, o que também deve ser comemorado é a performance de um centro que vem formando quadros de qualidade mundial, há quase 5 décadas, o que garantiu o surgimento e consolidação do nosso polo tecnológico. É particularmente estreita a ligação entre a academia e a nossa área de tecnologia de informação.

Todos sabem que foi ela, ao lado do pioneirismo de alguns empresários com visão mais voltada para o futuro, a responsável pelo surgimento do nosso polo de informática, hoje de renome e prestígio internacional.

O Centro de Informática da UFPE, só no ano de 2010, publicou mais de 230 artigos científicos, o que nos dá uma ideia do seu elevado nível de produção e qualidade.

Não resta dúvida de que a existência de núcleos inovadores, como o CIN e outras instituições similares, alimentam sonhos e nos enche de esperanças em um futuro equilibrado e promissor.

Mas, é fato que Pernambuco, como de resto quase todo o mundo, ainda vive a iminência de um colapso na área da economia do conhecimento, exatamente em função da limitada oferta de quadros para suprir a demanda crescente do setor.

Vivemos hoje uma espécie de paradoxo: a cada nova empresa de TI que chega ou é criada por aqui, comemoramos pelo novo mercado que 3se abre, mas, ao mesmo tempo, tememos pelo impacto que possa ocorrer na já escassa oferta de RH qualificados.

Nesse contexto, é preciso incentivar a formação de novos quadros, numa escala condizente com a demanda exponencial que Pernambuco vem gerando.

Daí a importância do papel da academia. É preciso apoiar cada vez mais os partidários da pesquisa, da formação técnica, da aprendizagem e do ensinamento profissional.

O governo tem papel decisivo e, em Pernambuco, não tem medido esforços para responder aos desafios que lhe cabem.

Das empresas espera-se que rompam a passividade.

Vão ficar no caminho aquelas que se acomodarem, aguardando que apareça a pessoa certa e pronta, já com experiência para atender suas necessidades. É importante que invistam em treinar mão de obra, que se aproximem das universidades, das escolas técnicas, dos centros de formação para ajudar a preparar o profissional que precisam.

Enfim, há que se somar governo, academia e iniciativa privada para juntos atenderem ao tamanho da encomenda que o futuro nos traz.

PS: Waldemar Borges é deputado e líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco