O Supremo tem até agosto para julgar o caso do mensalão.

Caso não o faça, todos os envolvidos estarão livres.

E impunes, portanto.

Isso porque a atual lei sobre crimes contra o patrimônio público prevê prescrição em 5 anos.

No entanto, tramita na Câmara, desde o ano passado, um projeto de lei do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), já aprovado pelo Senado, que aumenta o prazo de prescrição para 10 anos.

Abertamente, ninguém é contra.

Mas há uma imensa movimentação silenciosa, nos bastidores da Câmara, para postergar os prazos de votação até que o mensalão finalmente prescreva, deixando impunes todos os envolvidos no maior escândalo de que se tem notícia na nossa história recente.

Ninguém, porém, ousa assumir publicamente que trabalha para o retardo na tramitação.

Ciente disso, o deputado Augusto Coutinho (DEM-PE) fez um pronunciamento hoje (20), advertindo quanto à necessidade da Casa não se omitir, sucumbindo às estratégias de quem tem interesse na enorme pizza da prescrição: o PT e o governo.

Na comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, onde se encontra agora o projeto, da qual faz parte Coutinho, o democrata pernambucano encaminhou ofício ao presidente solicitando celeridade e prioridade à votação.

O parlamentar cobrou da tribuna que a votação aconteça o quanto antes. “Quero chamar a atenção para que a sociedade cobre que seja votado o projeto do senador Demóstenes.

Não podemos conceber, e a história vai nos julgar a todos nós se isso acontecer, que as pessoas envolvidas se livrem por uma brecha na legislação.

Denunciarei qualquer tentativa de postergação.

Quem for favorável à prescrição do crime, que tenha coragem de mostrar a cara”, cobrou o deputado.