Da assessoria Segundo o Ministério do Trabalho, em 2010 houve a geração de mais de 2,5 milhões de vagas formais, o melhor desempenho alcançado no país desde 1992, quando teve início a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Por outro lado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta em seus estudos que mais de 20% dos trabalhadores disponíveis no mercado de trabalho não possuem qualificação profissional.
Entre a população jovem essa situação é ainda mais crítica.
Um estudo divulgado no ano passado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que o índice de desemprego entre pessoas com idade entre 15 e 24 anos, em todo o mundo, chegou a 13% em 2010.
Na comparação com os adultos, a taxa de desemprego entre jovens é 2,8 vezes superior.
No Brasil, ela chega a 3,2 vezes, de acordo com dados de 2008.
Segundo a OIT, a falta de experiência é um dos principais empecilhos para que esses jovens entrem no mercado de trabalho, o que é uma desvantagem a mais em relação aos adultos. É por isso, segundo a entidade, que o desemprego nessa faixa etária deve seguir em nível elevado nos próximos anos, formando o que a OIT chamou de “geração perdida”.
A Fiat Automóveis percebeu essa realidade ao olhar para a sua vizinhança.
Uma pesquisa realizada no início dos anos 2000 no Jardim Teresópolis, bairro localizado em frente à fábrica em Betim (MG), apontou que 40% de cerca de sete mil jovens com idade entre 16 e 24 anos não possuíam nenhuma formação profissional.
O questionamento foi inevitável: qual o papel da montadora no desenvolvimento daquela comunidade e na formação de mão de obra qualificada num país com as características do Brasil?
Esse questionamento levou a empresa a criar uma plataforma de projetos.
Uma dessas iniciativas é o Programa Árvore da Vida – Capacitação Profissional, que nasceu em Betim, cidade onde está instalada a fábrica da Fiat, e agora já está em sete estados brasileiros: Minas Gerais, Brasília, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
Além de capacitar os jovens com idade entre 18 e 24 anos para atuação no setor automotivo, o programa os insere no mercado de trabalho.
Através do envolvimento das concessionárias da rede Fiat, os jovens são contratados assim que concluem o curso.
E o círculo formado por capacitação, oportunidade e emprego formal se fecha.
Cerca de 300 jovens já foram beneficiados com esta iniciativa.
Hoje são trabalhadores ativos na sociedade, que estão contribuindo para a melhoria dos indicadores sociais do Brasil, dando mais qualidade de vida para suas famílias e resgatando o seu direito de sonhar com um futuro melhor.
Depoimentos Silmara Adeo, 19 anos, de São Paulo, é uma das jovens capacitadas. “Este curso me possibilitou um emprego.
Vou trabalhar e guardar dinheiro para fazer a minha faculdade, que é o meu maior sonho”, planeja.
Além de estar começando uma carreira, Silmara está entrando num mercado onde as mulheres ainda são a minoria. “Acho que este será só mais um desafio, dos muitos que ainda vou enfrentar.
Mas espero encontrar colegas que me ajudem, assim como tive nos dez meses de aula”, diz.
Diego Philipe Guedes dos Santos, 20 anos, de Brasília, já planeja os próximos passos da sua carreira: “quero fazer faculdade de mecatrônica para melhorar cada vez mais na profissão”, revela. “O projeto mudou bastante a minha vida.
Hoje tenho mais responsabilidade e maturidade para lidar com certas situações.
Além das coisas técnicas, aprendemos a respeitar e ouvir mais as pessoas”, diz o jovem.
Egídio Rodovalho, 19 anos, também de Brasília, diz: “se eu não tivesse entrado no programa, estaria tentando me virar para conseguir dinheiro e levar comida para minha família e filha.
Aqui eu consegui juntar duas paixões da minha vida: os carros e os computadores.
Eu estou muito feliz de estar aqui e me sinto muito realizado”.