Daniel Guedes O número de portes de arma concedidos pela Polícia Federal (PF) em Pernambuco caiu drasticamente nos últimos seis anos.
Enquanto em 2006 a PF autorizou 154 portes de armas, no ano passado foram apenas oito e, em 2011, apenas dois pernambucanos conquistaram o direito de usar uma arma de fogo até o início desta semana. 2006 foi o único ano em que os números de portes de arma no Estado chegaram à casa dos 100, desde 2004, quando entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento.
Em 2004 foram autorizados 22 portes de armas.
O número subiu para 69 no ano seguinte e para 154 em 2006.
A partir de então começa a queda.
Foram 64 em 2007, 22 em 2008, 10 em 2009, oito em 2010 e dois até a última segunda-feira (18).
A PF em Pernambuco não aponta um fator específico para justificar o pico de 2006.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, a variação de concessões depende do superintendente que estiver no comando.
A chefia muda a cada dois anos.
O atual superintendente é Paulo de Tarso Teixeira, que fica no cargo durante o biênio 2011-2012.
Há uma série de exigências para conquistar um porte de arma.
O interessado deve ter idade mínima de 25 anos, apresentar cópias autenticadas ou original e cópia do RG, CPF e comprovante de residência, declaração escrita explicando a necessidade de ter uma arma. É preciso ainda comprovar idoneidade, entre outras exigências.
CAMPANHA - Ontem o Ministério da Justiça anunciou uma nova campanha do desarmamento.
Quem entregar uma arma nos postos de coleta da campanha de desarmamento não precisará fornecer dados pessoais para receber a indenização.
Essa é uma das novidades da campanha deste ano, que será iniciada no dia 6 de maio.
Nas duas campanhas nacionais anteriores, o cidadão que devolvia uma arma de fogo tinha de dar informações pessoais, como o número do CPF e de uma conta bancária, para o governo depositar a indenização.
Na nova campanha, ao entregar a arma, o cidadão vai receber um protocolo para retirar o valor em uma agência do Banco do Brasil ou em caixas eletrônicos.
Ao manter o anonimato, o governo espera receber mais armas em comparação às outras campanhas, inclusive ilegais.
Os valores de indenização continuam os mesmos, variam de R$ 100 a R$ 300 dependendo do tipo de armamento.
O Ministério da Justiça reservou R$ 10 milhões para o pagamento das indenizações.
O governo vai permitir que igrejas e organizações não-governamentais recolham armas durante a campanha.