Foto: Greg Salibian, do iG Marina Gazzoni, do iG A G4S, empresa que fará a segurança da Olimpíada de Londres em 2012, encontrou uma porta de entrada no mercado brasileiro.

Após a aquisição de duas empresas de tecnologia em 2010 – a Plantech e a Instalarme – a G4S trouxe sua marca ao Brasil neste ano.

A companhia vai atuar no País no setor de sistemas e automação, já que a legislação brasileira restringe empresas de segurança com capital estrangeiro.

A restrição legal impede que a G4S contrate seguranças armados para fazer a guarda de uma empresa ou um evento, por exemplo.

Assim, o grupo não poderá oferecer no Brasil a segurança total da Copa e da Olimpíada, no mesmo molde do serviço que fará em Londres.

A G4S terá o maior efetivo do setor privado nos jogos de 2012, com 30 mil trabalhadores.

O setor de segurança é um grande empregador.

A G4S é a segunda colocada no ranking de empresas privadas com mais trabalhadores, com 625 mil funcionários, atrás apenas do Walmart.

No Brasil, a G4S não deve despontar nessa lista, já que não poderá contratar seguranças privados, a maior parte do seu contingente no exterior.

Hoje, ela tem 900 funcionários no País.

O foco do grupo no Brasil será fornecer sistemas de automação para projetos de aeroportos, metrôs, estádios, hospitais, hotéis e para as estações do trem-bala.

Segundo o presidente da companhia, Hélio Ferraz, a empresa pretende oferecer proposta para 150 projetos relacionados à Copa e a Olimpíada.

Um levantamento da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) a partir de dados das prefeituras das cidades-sede da Copa estima que 800 projetos serão desenvolvidos no País. “Queremos os maiores contratos”, diz.

Neste ano, a empresa ganhou a licitação da Infraero para fornecer um software para monitorar o fluxo de pessoas em 32 aeroportos.

O contrato é de R$ 4,9 milhões.

A Plantech, adquirida pela companhia, foi a responsável pelo monitoramento das estações da linha amarela do metrô de São Paulo, sistema que já está sendo oferecido na Europa pela G4S.

No Brasil, o grande trunfo da companhia para disputar os contratos é o aporte de capital próprio nos projetos.

Hoje, as empresas do setor, em geral, apenas fornecem os sistemas a construtoras responsáveis pelos projetos. “Temos recursos próprios para financiar as obras e queremos também ser sócios dos consórcios”, diz Ferraz.

A previsão de investimentos nos próximos cinco anos no Brasil é acima de R$ 1 bilhão, mais do que oito vezes a soma do faturamento da Plantech e da Instalarme em 2010, de R$ 120 milhões.

Os recursos são do caixa da empresa.