Espalhados pelo Nordeste brasileiro, diversos grupos indígenas lutam por reconhecimento, em busca da legalização de suas terras, saúde, educação e valorização das tradições que cultivam.
A Coletiva, revista eletrônica de divulgação científica da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), lança seu terceiro número no Dia do Índio.
Reportagens, artigos de pesquisadores, fotos e uma entrevista especial propõem um passeio pela história do Brasil, assinalando o modo como os indígenas do Nordeste foram vistos e incorporados ao processo de construção nacional.
O antropólogo do Museu Nacional João Pacheco de Oliveira é o entrevistado desta edição.
Ele fala de sua trajetória científica e revela como surgiu seu interesse pelos índios no Nordeste, destacando a importância dos estudos na região.
As questões relacionadas a saúde, direito, movimento indígena, terra e gênero foram abordadas por pesquisadores especialistas na seção de artigos.
A identidade indígena, o conflito existente entre terras de índios e áreas de conservação ambiental, as políticas públicas voltadas à educação e o Programa Carteira Indígena, do Governo Federal, são os temas discutidos nas reportagens.
Além disso, a revista traça um perfil dos índios Paulo e Maria Pankararu, irmãos que deixaram a aldeia no sertão de Pernambuco rumo à universidade.
A seção especial traz fotos da exposição Índios: os Primeiros Brasileiros realizada em 2008.
O projeto surgiu como iniciativa do Museu Nacional da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), com apoio da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), tendo a preocupação de promover a articulação desses grupos como atores sociais e subsidiar o debate sobre a constituição de políticas públicas indigenistas.
As imagens de índios do sul da Bahia, sertão de Pernambuco e da Paraíba e da área da bacia de São Francisco, ao norte de Minas Gerais, têm lugar destacado na exposição.
A Coletiva é dirigida a um público amplo, incluindo estudantes e professores do segundo grau, universitários, pesquisadores e interessados em ciência em geral.
A ideia é apresentar textos com linguagem acessível, porém com enfoque crítico, sendo capaz de informar os leitores e, ao mesmo tempo, despertar sua atenção para o problema abordado.