Sob a coordenação do Sindicato dos Médicos (Simepe), os médicos plantonistas -obstetras e neonatologistas - que trabalham nas maternidades dos Hospitais Barão de Lucena, Agamenon Magalhães, Tricentenário, do Centro Integrado Amaury de Medeiros, além das Policlínicas Arnaldo Marques e Barros Lima, e residência do Hospital das Clínicas, estiveram reunidos.

Basicamente, os médicos discutiram sobre os problemas que estão se acumulando diariamente na rede pública de saúde, especificamente, no complexo regulatório das maternidades.

Os profissionais denunciaram a situação caótica que se encontra as maternidades e os berçários.

A questão da superlotação nas principais maternidades da capital (Municipais/Estaduais) é uma rotina, com gestantes sendo internadas em cadeiras de plásticos ou pior ainda “em pé”, porque nem cadeira tem mais, enfatizaram os presentes..

O presidente do Simepe, Silvio Rodrigues, disse que às maternidades da Região Metropolitana Recife têm fechado às portas devido às escalas incompletas (sem obstetras, neonatologistas e/ou ainda anestesistas), provocando o fenômeno de migração para capital. “Outro fato são as precárias estruturas, levando alguns médicos se recusarem a trabalhar nestes serviços”, enfatizou VIDA REPRODUTIVA Foram apontados também que, os partos nos extremos da vida reprodutiva têm crescido, muitas mulheres perderam seus planos de saúde ou as mesmas não tem determinadas coberturas, acarretando um aumento de procura por serviços de maior complexidade, como “médico” de alto risco.

Durante a reunião, os profissionais de saúde denunciaram que é grande o desconforto, a exposição e o estresse de quem está na assistência direta da maternidade( obstetras e neonatologistas); quando tentam regular paciente e após longa espera do contato com a central do parto só conseguem senha para os municípios de Palmares, Ipojuca, Arcoverde, entre outros.

AMBULÂNCIAS SUCATEADAS Diretores do Simepe assinalaram que as ambulâncias estão em péssimas condições, trazendo insegurança e riscos a equipe de transferência, isto é, sem cintos de segurança, sem macas para as gestantes e sem condições de transportar incubadoras com recém-nascidos entubados, pois não tem como fixá-las no veículo. “Muitas vezes essas ambulâncias quebram em meio às transferências, causando mais transtornos ainda para os pacientes”, afirmaram.

Os obstetras e neonatologistas presentes reforçaram que, na ausência de condições para transporte ou ausência de leitos em outros serviços só resta internar pacientes, em cadeiras de plástico ou de recuperação pós anestesia e até no centro cirúrgico, algumas já pariram e continuam no centro obstétrico. “Lá fazem suas refeições, ocasionando o aparecimento de insetos como por exemplo: baratas, moscas, formigas”.

O Sindicato dos Médicos vai encaminhar todas às denúncias aos órgãos competentes, reivindicando soluções para garantir ambientes mais digno e humanizados para as equipes de saúde que estão trabalhando nas maternidades e, principalmente para as gestantes que lá chegam.

Uma assembleia geral foi marcada para o dia 04 de maio, às 19h, no auditório do Simepe.