Da Folha de São Paulo O senador Itamar Franco (PPS-MG) foi ontem à tribuna do Senado para negar que tenha determinado a elaboração de relatórios sobre políticos, partidos e organizações de esquerda pela Aeronáutica no período em que ocupou a Presidência da República (1992-1994).

Itamar disse que o ministro da Aeronáutica da época, brigadeiro Lélio Lôbo, lhe assegurou que não teve conhecimento nem autorizou as investigações militares.

A Folha revelou, com base em documentos do Arquivo Nacional, que, mesmo após da ditadura militar, a Aeronáutica monitorou civis nos governos de Itamar, Fernando Collor de Mello (1990-1992) e José Sarney (1985-1990).

Os monitoramentos eram feitos pelo Cisa (Centro de Informações e Segurança).

Itamar criticou a Folha ao afirmar que a Força Aérea Brasileira não monitorou nenhuma autoridade em sua gestão. “A manchete da matéria é, no mínimo, equivocada.” Segundo anotação manuscrita na capa de um dos documentos, datado de 12 de janeiro de 1994, ele foi “entregue em mãos” ao chefe da Secint [Secretaria de Inteligência], “que o entregou ao Miniaer [Ministro da Aeronáutica]”, o tenente-brigadeiro Lélio Lôbo.