Por Daniela Ades, da Redação Portal Imprensa Jornalistas da TV Liberal, afiliada de Rede Globo no Pará, foram detidos pela Polícia Militar no município de Acará, a uma hora e meia da capital Belém, na última terça-feira dia (12).

O jornalista Guilherme Mendes, o cinegrafista Carlos Batista e o auxiliar Edmilson Luz, faziam uma reportagem sobre a precariedade da saúde pública local e ouviam as denúncias dos usuários de um dos postos da cidade.

O jornalista Guilherme Mendes já havia trabalhado em matérias investigativas sobre a situação da saúde pública no município de Acará e desfrutava de certa notoriedade na região.

Ao entrar no posto de saúde, sem a equipe, para avaliar a situação do posto, foi abordado pela diretora Simone Almeida, que indagou a respeito de uma autorização para gravar o local.

Uma discussão fez com que Simone pedisse para policiais militares o levassem o jornalista.

A equipe foi “convidada a comparecer a delegacia” e escoltada por carros da PM.

Os jornalistas ficaram detidos por duas horas na delegacia de Acará.

Foram liberados após a diretora do posto de saúde, desistir da ocorrência.

A prefeita do município Francisca Martins nega que os jornalistas tenham sido detidos.

Simone Amaro, chefe de redação da TV Liberal, disse ao Portal IMPRENSA que os flagrantes aos postos de saúde não são inéditos. “Não é a primeira vez que registramos problemas no município.

Os problemas da saúde são recorrentes.

Toda vez flagramos incidentes”.

Quanto a cobertura da emissora em relação à apreensão dos jornalistas ela afirma: “Não nos intimidamos, lógico que vamos continuar nosso trabalho de informar a população”.

O Ministério Público Federal solicitou as imagens registradas pelo cinegrafista e outras reportagens anteriores e considera registrar queixa para averiguar a precariedade da saúde em Acará.

A Polícia Militar pretende abrir um procedimento para avaliar a conduta dos policiais envolvidos.

O Sindicato dos Jornalistas do Pará repudiou a ação em nota oficial.Também a Associação Brasileira de Empresas de Radiodifusão e Televisão (Abert) publicou nota de repúdio ao ocorrido e cobrando providências.