Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem Por Daniel Guedes A bancada patronal resolveu que vai descontar os dias parados dos trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape.
A decisão foi anunciada em mais uma mesa de negociação mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na tarde desta sexta-feira (15).
Os patrões se comprometeram a abonar o valor correspondente aos dias de greve apenas no momento da recisão dos contratos.
Do outro lado, os trabalhadores apresentaram verbalmente a sugestão de se garantir estabilidade para todos os operários até a data base da categoria, em agosto, sem que até lá nenhum desconto seja efetuado. “As partes caminham em sentido oposto.
Demos mais de uma semana para os trabalhadores apresentarem uma proposta, questão de total interesse deles, já que as empresas têm uma decisão judicial favorável, e eles dizem que querem estabilidade para uma massa de quase 40 mil homens, fato que nunca se verificou em canto nenhum”, apontou o procurador-chefe do MPT, Fábio Farias.
Farias ficou incomodado com a indefinição e resolveu arquivar o processo. “Ficou mais que óbvio o não interesse pelo acordo, por isso o MPT arquiva o processo", declarou ao encerrar a audiência.
De acordo com a ata do encontro, o procurador-chefe colocou-se à disposição dos dois grupos para novas tratativas caso mudem as propostas apresentadas.
Os 34 mil operários fazem assembleia no dia 5 de maio para votar a proposta patronal.
HISTÓRICO - No dia 29 de março, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT)declarou ilegal a greve de 15 dias dos trabalhadores da Petroquímica Suape e da Refinaria Abreu e Lima.
Para o relator Agenor Martins Pereira, houve abuso na paralisação, pois a greve começou antes de se iniciar a negociação e o pedido de ajuste de hora extra e de vale-refeição foi feito enquanto um acordo anterior ainda estava em vigor.
O relator também apontou que os patrões não estão obrigados a pagar salário pelos dias parados.
Apesar da declaração de ilegalidade da greve, os funcionários de Suape tiveram conquistas.
Por dez votos a cinco, no pleno do TRT, eles conquistaram o direito de ter 100% de horas extras aos sábados e vale-refeição de R$ 160, a partir de 1º de março, ou seja, retroativo ao início deste mês.