Da Agência Câmara Dizendo-se perseguido pelo “fascismo das minorias”, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) entregou sua defesa nesta quarta-feira, 13, à Corregedoria da Câmara.

A partir de agora, o corregedor, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), terá 45 dias úteis, prorrogáveis por igual período, para elaborar o seu parecer.

O relatório pode sugerir o arquivamento da representação; a aplicação de censura ou advertência ao deputado; ou encaminhamento do caso ao Conselho de Ética.

O parecer será analisado pela Mesa Diretora, responsável pela decisão final.

Bolsonaro é alvo de representações por crime de racismo por declarações dadas ao programa CQC, da Rede Bandeirantes.

Questionado pela cantora Preta Gil sobre o que faria se um filho seu se apaixonasse por uma negra, Bolsonaro respondeu que não iria “discutir promiscuidade” e que seus filhos não correriam esse risco porque “foram muito bem educados”.

O documento entregue à Corregedoria tem 13 páginas e reafirma que o parlamentar entendeu errado a pergunta, confundindo a palavra negra com gay, e que o programa teve 43 dias para questioná-lo novamente sobre o assunto, antes de levar a cena ao ar.

A sua defesa pede que a Câmara solicite ao CQC a íntegra das gravações. “No próprio programa, os apresentadores disseram que eu deveria não ter entendido a pergunta.

Eles poderiam ter tido o mínimo de dignidade e ter entrado em contato comigo para esclarecer”, disse o deputado, que ressalta ainda a falta de nexo entre as noções de promiscuidade e racismo.