Da Câmara Após a chuva intensa iniciada no fim de semana, a população do Recife sofre com a falta de mobilidade nas ruas.
Com o trânsito parado devido aos alagamentos e alguns semáforos quebrados, o deslocamento de trabalhadores e estudantes vem se tornando ainda mais difícil.
As queixas que já estão nas ruas chegaram à tribuna da Câmara durante a reunião desta terça-feira, 12.
Os parlamentares cobraram mais iniciativa por parte da gestão em resolver o problema. “O que assistimos na nossa cidade desde quinta-feira passada vai além do caos urbano”.
Foi assim que a líder da oposição Priscila Krause (Dem) iniciou seu discurso, onde cobrou um posicionamento do prefeito João da Costa sobre o assunto. “Sabemos que, no Recife, o inverno é sempre crítico.
Não esperamos do gestor um milagre, mas queremos que ele seja ativo, presente e atento, o que não vem acontecendo.
Precisamos saber onde ele está e qual consolo dará à população”.
Na opinião do vereador Gilberto Alves (PTN) está havendo um desrespeito ao direito de ir e vir das pessoas, que estão sendo prejudicadas em seus afazeres diários.
Ele cobrou mais ação das autoridades de trânsito. “Infelizmente, Recife é uma cidade que se encontra no nível do mar e já passa por estes transtornos todos os anos, mas também nos falta planejamento, gestão.
Não é possível que a Prefeitura não tenha preparado um plano para dar condições mínimas ao deslocamento dos trabalhadores”.
Ele sugeriu que o Executivo convoque acadêmicos - escolas técnicas e universidades - para elaborar um plano temporário para a mobilidade urbana.
E contou que irá promover uma audiência pública para que os gestores de trânsito apresentem na Câmara o atual plano municipal para o inverno. “Queremos saber o que estão pensando e fazendo em relação ao trânsito.
Estamos aqui para cobrar responsabilidade, compromisso e seriedade na gestão do Recife”.
O vereador Maré Malta (PPS) elencou várias áreas que sofrem com os engarrafamentos em dias de chuva, a exemplo da Imbiribeira, da Av.
Caxangá e o bairro do Espinheiro.
E citou iniciativas que podem colaborar com a questão.
Uma delas, o projeto de lei de sua autoria que cria o deslocamento de pico, alternando o horário de funcionamento de alguns serviços para evitar o aumento no trânsito em determinados horários.
E também um requerimento solicitando a construção de piscinas elevatórias que assegurem o escoamento das águas.
Em resposta às críticas, o líder do governo Josenildo Sinesio (PT) afirmou que as equipes da Codecir iniciaram os trabalhos há 15 dias, nos morros da cidade.
As ações são acompanhadas de soldados do Exército e do Corpo de Bombeiros.
Ele explicou que o estado de alerta só pode ser declarado após a avaliação técnica destes profissionais. “A varredura é para detectar onde estão os pontos de risco.
Só sexta-feira, após oito dias, se fará uma avaliação das chuvas que caíram, quando o solo já estiver encharcado”.
Sinesio criticou quem desconsidera o que foi feito até o momento pela cidade. “Acho um exagero chegar aqui e fechar os olhos diante das ações que já foram tomadas.
O prefeito está governando atento aos acontecimentos, e trabalhando com planejamento e diante das indicações de quem estudou e sabe o que faz”.
E concluiu. “Em matéria de cuidar de morros, pode até ter igual, melhor que a gente, não”.