Por Maria Clara Cabral, na Folha.com O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) entregou nesta quarta-feira à Corregedoria da Câmara sua defesa sobre acusações de crime de racismo.

O caso será analisado por Eduardo da Fonte (PP-PE), que pode decidir por enviá-lo ao Conselho de Ética ou não.

Bolsonaro voltou a falar que entendeu de maneira equivocada a pergunta feita pela cantora Preta Gil no programa “CQC”, da “TV Band”.

Ele desafiou o programa a chamá-lo para uma participação ao vivo.

No último dia 28, a cantora fez uma pergunta, previamente gravada, sobre qual seria a reação dele se seu filho se apaixonasse por uma negra.

O parlamentar, que tem um extenso histórico de polêmicas relacionado a direitos civis e humanos, respondeu: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja.

Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados.

E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.

Hoje, ao responder a mesma pergunta para os jornalistas, disse: “Meu filho é maior de idade, ele pode namorar quem ele quiser, desde que seja do sexo feminino e não tivesse o mesmo comportamento de Preta Gil”.

Em sua defesa, Bolsonaro também relata o caso de uma PEC que propunha a volta do trabalho escravo e foi assinada por diversos parlamentares, ente ele José Dirceu.

O caso foi relatado em matéria na Folha. “Os dois foram equívocos”, disse.

O deputado voltou a falar ainda que não teria orgulho de ter um filho homossexual e atacou projeto de lei que prevê a criminalização da homofobia. “É o fim da família, o fim do respeito.

Vocês [jornalistas] também não iam gostar de ter um filho ladrão, fere os princípios éticos, morais”, disse.

E completou: “Se eu cometi o crime de racismo porque não mandaram me prender ainda?”.

No total, a Corregedoria conta com quatro representações contra o deputado.