Adriano Ceolin, do iG Presente nos quatro maiores colégios eleitorais, o PSD realiza nesta quarta-feira (13), em Brasília, o seu primeiro evento político com caráter nacional.

Nas últimas semanas, o partido capitalizado pelo prefeito paulista Gilberto Kassab ganhou adesões em todo o País.

Em já existem conversas avançadas para formação da sigla nos respectivos Estados.

O passo mais importante para a criação do partido foi dado com a definição de coordenadores em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

Respectivamente, primeiro, segundo, terceiro e quatro maiores colégios eleitorais do País.

Dos quatro, só no Rio o PSD ainda não foi lançado.

Isso deve ocorrer no mês que vem. “Fiquei impressionado com a quantidade de pessoas que me ligou e me procurou.

Devemos lançar o partido aqui em maio”, afirma o ex-deputado federal Indio da Costa (ex-DEM), coordenador do PSD no Rio de Janeiro. “Como fui candidato a vice-presidente (na chapa de José Serra, PSDB), é gente todo o País.

Por isso encaminho para algumas pessoas que servem de referenciais nos Estados”, explica.

Em Minas, o partido será coordenado oficialmente pelo empresário Paulo Simão.

Ele contará com a ajuda dos deputados Geraldo Thadeu (PPS) e Walter Tosta (PMN), além do ex-deputado Roberto Brant (DEM).

Na Bahia, o PSD terá como maior articulador o vice-governador Otto Alencar (PP).

Em São Paulo, além de Kassab, o partido tem como coordenador o vice-governador paulista Afif Domingos (DEM).

O iG fez um levantamento parcial nos Estados em que o PSD já tem representantes ou que já possui negociações avançadas.

Em apenas sete das 20 unidades da federação não há nenhum político em negociação com Kassab.

O Estados são Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe.

O maior número de adesões ocorreu na semana passada.

Até então integrantes do diretório nacional do DEM, o deputado Eduardo Sciarra (PR) e a senadora Kátia Abreu (TO) anunciaram que vão se filiar ao PSD.

Os dois deverão ser, respectivamente, coordenadores da nova sigla no Paraná e no Tocantins, onde no último sábado o partido de Kassab foi lançado.

Conversas para formação da sigla de Afif e Kassab já acontecem em 20 das 27 unidades da federação Ainda na semana passada, outra adesão importante foi a do vice-governador do Rio Grande do Norte, Robson Faria (PMN).

O filho, o deputado federal Fábio Faria, também decidiu deixar o PMN. “Tudo foi conversado com a governadora Rosalba Ciarilini (DEM).

E só fizemos uma exigência ao Kassab: não queremos que, no futuro, o PSD seja fundido ao PSB”, afirma o deputado.

No Rio Grande do Norte, o PSB é comandado pela ex-governador Wilma Faria (2003-2010), adversária de Robson e Fábio.

Quando Kassab deu início as negociações para a criação do novo partido, ele tinha como objetivo promover, no futuro, a fusão da sigla com o PSB.

Como o partido tem aumentado adesões, hoje é grande a chance que não haja a fusão.

O novo presidente nacional do DEM, José Agripino, é senador pelo Rio Grande do Norte.

Ele trabalha para evitar uma desfiliação em massa do seu partido.

Conseguiu manter até então aliados próximos a Kassab, como o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-RJ).

No entanto, perdeu a queda de braço para que Robson e Fábio Faria não ingressasem no PSD.

O segundo quer ser candidato a prefeito de Natal.

Questões jurídicas Alguns políticos ainda são cautelosos em mudar para o PSD por conta de dúvidas jurídicas.

Para existir, o partido precisa cumprir um processo que começa com coleta de 500 mil assinaturas.

Outro problema é o tempo de TV.

Partidos nanicos, sem nenhum deputado na Câmara Federal, têm poucos segundos para a propaganda eleitoral.

Há parlamentares que também têm receio de perder o mandato ou cargos no Congresso.

O deputado Manato (PDT-ES) encaminhou um requerimento ao comando da Câmara para saber se perde o posto de suplente da Mesa Diretora caso mude de partido. “Se não tiver segurança disso, provavelmente vou ficar no PDT onde tenho boa relação em nível municipal e federal”, diz.