Do JC Online A queda de braço entre médicos e a direção do Instituto de Medicina Integrada Professor Fernandes Figueira (Imip) está prejudicando a população.
Desde sexta-feira à noite, a emergência pediátrica da unidade está fechada, deixando de atender, em média, cerca de cem crianças por dia.
E deverá permanecer assim até a próxima quarta-feira (13).
A decisão de suspender o atendimento teria sido da direção, que acusa os médicos de não cumprirem com o horário dos plantões.
Os profissionais, por outro lado, afirmam que há defasagem no quadro de pessoal e a direção do hospital tem intimidado a categoria, que desistiu de cobrir os plantões em aberto.
Um médico que não quis ser identificado contou que a falta de infraestrutura para se trabalhar na emergência pediátrica é gritante. “Faltam médicos há mais de um ano e os que ficaram têm que cobrir o plantão em aberto.
Faltam leitos para atender as crianças, não temos respiradores e máquinas de oxigênio.
O raio-X, por exemplo, não chega à emergência porque não passa na porta.
A situação é ainda mais grave nos fins de semana.
Deveríamos ter, pelo menos, três profissionais.
Há horários que só tem um”, denunciou o médico.
A situação teria saído do controle depois que a direção fez um sorteio para definir quem trabalharia no Carnaval e ameaçou tomar a mesma atitude na Semana Santa.
Gilliat Falbo, superintendente do Imip, tem outra versão. “O problema é que os médicos querem dar plantões de seis horas, quando o certo é de 12h ou 24h.
O Imip cresceu a partir da pediatria e temos o dever de prestar um bom serviço especialmente naquele setor.
Por isso comunicamos à Secretaria de Saúde que fecharíamos a emergência para reestruturá-la.
Até terça-feira (amanhã), os médicos terão que dizer quem vai dar plantão corretamente para que possamos reorganizar o atendimento”, afirmou. “A questão é que há médicos que querem que a instituição e a população sirvam às suas necessidades, quando deveria ser o contrário”, acrescentou o superintendente.