Por Terezinha Nunes Criada através da Lei Nº 10.473 de julho de 2002, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e inaugurada pelo ex-presidente Lula da Silva, a Univasf – Universidade Federal do Vale do São Francisco - atualmente abrigando 13 cursos e com mais de 2 mil alunos matriculados, foi um sonho de décadas tornado realidade através da impetuosa e perseverante atuação do povo do São Francisco e de batalhadores incansáveis,sendo o mais expressivo deles o ex-deputado federal Oswaldo Coelho.
Pela movimentação que criou em torno dos seus campus, sediados em Petrolina (2), Juazeiro e Senhor do Bonfim (Bahia) e São Raimundo Nonato (Piauí), a Univasf tem gerado emprego e renda em toda a área citada e movimentado os municípios, incluindo a rede hoteleira e o mercado imobiliário, por conta da alta concentração dos estudantes.
Há um ano, porém, a população de Petrolina e Juazeiro, sobretudo, vem sentindo que nem tudo são flores e que a sonhada Universidade também trouxe problemas.
O principal foi a distorção criada com a adoção do ENEM pelo atual reitor, José Weber Freire Macedo, como seleção única para ingresso na Univasf.
O resultado foi arrasador: em 2010 só três estudantes da região conseguiram ingressar no Curso de Medicina, o mais cobiçado, e com 80 vagas anuais.
Na seleção de 2011 o problema se repetiu.
Agora, até mesmo a Reitoria reconhece que menos de 15% das vagas de Medicina estão ocupadas por estudantes do São Francisco.
Por conta desta realidade que se espalha por outros cursos, principalmente os de engenharia, vem sendo posta em discussão uma saída para que o sonho dos pioneiros como Oswaldo Coelho, o de criar uma Universidade que realmente atendesse ao São Francisco, seja alcançado.
Há duas propostas em discussão: a criação de Cotas no Vestibular para alunos provenientes de escolas da região ou a realização de uma seleção inicial via ENEM e de uma segunda fase, como fazem por exemplo a UFPE e a UFRPE, para que se desestimule estudantes de outras regiões – inclusive do Sul e Sudeste – a buscar vaga em Petrolina.
No momento, como a seleção é apenas pelo ENEM, os estudantes do Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste muitas vezes nem conhecem Petrolina e são brindados com uma vaga num curso de Medicina, inteiramente gratuito.
Isto sem falar nos de Engenharia, Enfermagem, Direito e outros cursos igualmente concorridos.
A disputa por uma vaga de Medicina no ensino público brasileiro é tanta que no último vestibular, via ENEM, o Curso de Medicina da Univasf foi o quarto mais disputado do país, com 60,93 alunos concorrendo a cada uma de suas vagas.
O reitor tem se colocado contrário à criação de cotas e a outras mudanças no Vestibular, usando um argumento inteiramente acadêmico: “Esta é uma Universidade Federal, portanto, as vagas são destinadas aos melhores alunos do país que quiserem estudar aqui” – como afirmou ao blog de Carlos Britto.
Os pais de alunos da Univasf residentes na região têm organizado protestos mas ainda não conseguiram o encaminhamento de uma solução.
Contam para isso com o apoio do prefeito de Petrolina Júlio Lóssio: “Precisamos regionalizar o Vestibular da Univasf sob pena de o Vale do São Francisco não poder usufruir devidamente de um investimento tão sonhado por sua população”, afirma Lóssio.
Na verdade, além de estarem tirando as vagas dos estudantes locais, os alunos de fora, quando formados, voltam para suas cidades de origem e o São Francisco continua com a carência de profissionais quase igual à que possuía antes da universidade ser implantada.
Por enquanto, além do aquecimento do mercado imobiliário, os alunos de outras regiões só tem trazido um benefício para os petrolinenses: como usam muito o avião para passar finais de semana e feriados em seus estados de origem, a frequência de voos no Aeroporto de Petrolina quase triplicou do início de 2010 até agora.
Curtas Distorção A Prefeitura do Recife, ao que tudo indica, está confundindo a necessidade de revitalização do Recife Antigo com a realização de shows.
Na verdade, apesar de promoções como Festival da Seresta e Dançando na Rua terem sido criadas na gestão do governador Jarbas Vasconcelos, a revitalização iniciada na época pela Rua do Bom Jesus foi muito mais uma questão de controle urbano, obras de saneamento e atração de novos investidores, principalmente no ramo de bares e restaurantes.
Quem limitou o bairro a shows, acabando com o processo de recuperação do local foi a administração do PT.
Buracos José Dirceu, que esteve esta semana em Itapetim, não quis correr o risco de trafegar pelas esburacadas estradas do sertão do Pajeú.
Preferiu aterrisar no município de Patos, na Paraíba, e ir de carro até Itapetim.
Mesmo assim, para evitar vexames, os prefeitos de Brejinho, José Wanderley da Silva, e o de Itapetim, Adelmo Moura, ambos governistas, fizeram um tapa-buracos na estrada que liga os dois municípios para que a comitiva de Dirceu não enfrentasse dificuldades ou ficasse exposta aos acidentes que são constantes na região por conta da má conservação das estradas.
Prefeituras A má avaliação dos prefeitos de Afogados da Ingazeira, Totonho Valadares, e de São José do Egito, Evandro Valadares (os dois são primos) estão animando as oposições nos municípios, já que os dois administradores já ficaram oito anos nos cargos.
Em Afogados cresce o nome da ex-prefeita Gisa Simões.
Em São José do Egito, há cerca de seis pré-candidatos de oposição, indo do PSDB ao PT.
A escolha recairá sobre o que melhor estiver posicionado nas pesquisas na época da eleição.