A Prefeitura do Recife negou na quarta-feira (6) o recurso apresentado pela construtora Mendes Júnior contestando a escolha da Queiroz Galvão para realizar as obras da Via Mangue, sistema viário que promete - quando virar realidade - desafogar o trânsito na Zona Sul da capital.

A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (7).

Desta maneira, a Queiroz Galvão permanece como escolhida para executar o serviço, o que deve agora dar uma certa celeridade às lentas obras do sistema viário que começou a ser executado ainda na gestão do ex-prefeito João Paulo (PT) . " A Comissão Permanente de Licitação avisa e comunica a todos os interessados, e para todos os fins e efeitos legais, que após avaliação e análise do recurso administrativo interposto pela empresa Mendes Júnior Trading e Engenharia S/A, essa CPL, com base no parecer técnico e no parecer da Assessoria Jurídica, conhece do recurso interposto pela sua incontroversa tempestividade, para negar-lhe provimento com base nos princípios da razoabilidade e da proposta mais vantajosa à administração pública, para manter a decisão anterior, permanecendo, assim, como vencedora a empresa Construtora Queiroz Galvão S/A", afirma o presidente da Comissão Permanente de Licitação, Eduardo Pessoa da Silva, no D.O.

A construtora Mendes Junior entrou com um recurso referente ao julgamento das propostas de preços para realização das obras.

A empreiteira questiona a classificação da concorrente Queiroz Galvão.

A comunicação foi feita no Diário Oficial da Prefeitura do Recife da última terça-feira (5).

O nome da Queiroz Galvão havia sido anunciado no dia 23 do mês passado, quando a URB abriu os envelopes com as propostas.

A construtora pediu R$ 319.842.589,38 para executar a obra do sistema viário.

A Mendes Junior ofereceu a segunda menor proposta (R$ 325.516.664,44).

Participaram também as construtoras Camargo Correa (R$ 361.335.475,65) e Odebrecht (R$ 388.487.870,04).

Os envelopes deveriam ter sido abertos no dia 18 de março, por orientação do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE).

A obra estava estimada pela URB em R$ 418.240.635,66.

O TCE emitiu medida cautelar determinando a redução dos preços.

O parecer da conselheira Teresa Duere foi referendado pelo Pleno do Tribunal.

A OBRA – Com 4,75 km de extensão, o viário da Via Mangue será composto por faixas de rolamento para veículos, calçadas para pedestres e ciclovia.

No sentido Centro / Boa Viagem, a via terá 4,75km.

Já no sentido Boa Viagem/Centro, a extensão é de 4,37km.

Esta obra engloba ainda a construção de dois elevados por sobre a Rua Antônio Falcão, em Boa Viagem; de oito pontes (sendo cinco para manutenção do mangue); duas alças de ligação, alargamento da Ponte Paulo Guerra e do Viaduto Capitão Temudo, além de uma passagem semi enterrada.

Esta será a primeira via expressa do Recife, com velocidade média de 60km/h.

Ela não possuirá semáforos ou cruzamentos de tráfego e contemplará ainda a acessibilidade para deficientes e idosos.

Com sua implantação, cria-se um cinturão de proteção do manguezal do Rio Pina, melhora-se o tráfego nos bairros de Boa Viagem e do Pina, e abre-se a possibilidade de implantação de um corredor exclusivo de ônibus na Avenida Domingos Ferreira, viabilizando o Corredor Norte-Sul.

Depois de concluída a licitação, o plano de trabalho será definido entre os técnicos da URB e da empresa vencedora do certame.

Segundo Débora, a intervenção pode acontecer simultaneamente em vários locais, entre eles, a área da Rua Antônio Falcão até a entrada do Parque dos Manguezais, local de retiradas de palafitas.

A Via Mangue é um projeto desenvolvido pela Prefeitura do Recife em parceria com o Governo Federal, que conta com recursos do Orçamento Geral da União – OGU, através do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.

Ela contempla ações de saneamento, habitação, urbanização e trará para a Zona Sul da cidade uma nova alternativa de tráfego com a implantação de uma via que irá do Pina (Ponte Paulo Guerra) até Boa Viagem (altura da Rua Antônio Falcão), margeando o manguezal com 4.750m de extensão.

Uma área de 221 hectares receberá ações de saneamento integrado com a implantação de rede de saneamento, estações elevatórias e emissários de esgoto.

Três habitacionais abrigarão 992 famílias que moram em palafitas e locais próximos ao trajeto da via.

O primeiro dele, o Habitacional 3 (construído na Imbiribeira), já foi entregue e recebeu 352 famílias oriundas das comunidades de Xuxa e parte de Deus Nos Acuda.

Os Habitacionais 1 e 2 já tiveram suas obras iniciadas no bairro do Pina.

Para estes serão transferidas 640 famílias das localidades Deus nos Acuda, Jardim Beira Rio e Beira Rio.