Denise Chrispim Marin, do Estadão O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou disposição ontem para intermediar uma solução para o conflito na Líbia.

Depois de palestra remunerada no Fórum de Líderes do Setor Público, promovido em Washington pela Microsoft, Lula garantiu não ter sido designado para a função pela presidente Dilma Rousseff, mas disse ter interesse em ajudar. “Ninguém me chamou.

Não sei se ninguém quer.

Se a minha presidente ou alguém achar necessário e disser que o Lula pode contribuir, eu contribuiria tranquilamente”, afirmou.

O Brasil tem mantido uma posição discreta em relação ao conflito na Líbia.

No Conselho de Segurança da ONU, votou a favor da condenação do regime líbio por violações dos direitos humanos e se absteve na resolução que aprovou a intervenção militar.

Nenhuma atitude voluntária de intermediação foi apresentada pelo Planalto ou pelo Itamaraty.

Em dezembro de 2003, em visita oficial à Líbia, Lula referiu-se ao ditador Muamar Kadafi como “companheiro e amigo” durante jantar em sua homenagem do qual participaram Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e Mohamed Ben Bella, líder da independência da Argélia.

Questionado sobre o tratamento dado ao ditador, Lula se defendeu. “Não fale uma sandice dessa.

Conheço as pessoas e sei como me referir a elas”, disse. “Jamais falaria isso por uma razão muito simples: porque eu tenho discordância política e ideológica (com Kadafi).”