Na Época O Superior Tribunal de Justiça acaba de determinar a Polícia Federal que volte a se responsabilizar pela segurança do delegado Durval Barbosa, delator do mensalão de Brasília.

Durval entregou aos investigadores uma coletânea de vídeos com cenas de políticos recebendo dinheiro de propina, entre eles o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda.

Em cerca de uma centena de depoimentos, Durval Barbosa detalhou como funcionava o esquema de corrupção no governo de Brasília, na Câmara Legislativa e no Ministério Público do Distrito Federal.

Há 20 dias, a Secretaria de Segurança do DF informou ao ministério público que não mais cuidaria da segurança de Durval Barbosa.

Desde o ano passado, 16 agentes da polícia civil cuidavam da segurança de Durval por decisão do ex-governador Rogério Rosso.

A polícia de Brasília assumiu a tarefa depois que Durval se recusou a sair de Brasília para morar incógnito em outra cidade.

Ele não quis ficar longe dos dois filhos, depois da tumultuada separação com sua ex-mulher, Fabiani Silva.

A volta da PF foi pedida pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, que comanda o inquérito sobre o escândalo Caixa de Pandora.

Pesou na decisão do ministro Arnaldo Esteves, relator do processo no Superior Tribunal de Justiça, além dos evidentes riscos a Durval, os resultados obtidos até agora com sua delação premiada.

São dezenas de políticos, promotores públicos e empresários investigados.

As informações de Durval Barbosa também estão servindo para mostrar o tamanho do rombo nos cofres públicos de Brasília e possibilitando a recuperação de elevadas quantias de dinheiro desviados pelo esquema de corrupção.

Por decisão judicial, foram resgatados até agora cerca de R$ 100 milhões, entre propriedades e dinheiro.

Já ocorreu, por exemplo, seqüestro judicial de um empreendimento imobiliário com mais de 200 apartamentos e 80 lojas numa cidade-satélite de Brasília do qual Durval era sócio oculto.

Também foram alvo da Justiça terrenos e casas em áreas valorizadas de Brasília, lojas e apartamentos que Durval escondeu em nome de parentes de sua ex-mulher.

De sócios e cúmplices de Durval, a Justiça também apreendeu um avião, um helicóptero e uma lancha e cerca de R$ 48 milhões em espécie e em contas bancárias.