O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que o pedido da Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) para que seja suspensa a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), será “devolvido como apareceu”. “Nós temos o dever de dar desenvolvimento à região, e é o que estamos fazendo.
Portanto, a OEA que vá cuidar de outros assuntos.” No início da semana, a comissão deu 15 dias para o governo brasileiro enviar explicações sobre garantias dadas aos povos indígenas que serão afetados pela hidrelétrica, sob risco de abertura de um processo judicial na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Para Jobim, a manifestação do órgão foi “intempestiva” e é fruto da mobilização de grupos contrários à capacitação da Amazônia para a produção de energia elétrica. “Os indígenas brasileiros têm 11% do território da União para seu uso vitalício.
Temos uma tradição de preservação dessa situação, mas não podemos deixar de lembrar que preservar o Estatuto do Índio não significa atrelarmos o conjunto da população amazônica ao subdesenvolvimento.
Temos lá 20 milhões de pessoas, temos que dar soluções econômicas a essas pessoas, do contrário as empurramos à ilegalidade.” O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta quinta-feira que “as obras não vão parar”.