Sheila Borges, do Jornal do Commercio Depois de marcar e desmarcar o encontro por três vezes, o deputado federal e ex-prefeito do Recife João Paulo e o presidente regional do PT, o deputado federal Pedro Eugênio, conversaram, ontem, em Brasília, mas o principal assunto da pauta, que tinha motivado a reunião, terminou ficando de fora, pelo menos oficialmente.

A briga interna envolvendo João Paulo e o prefeito João da Costa não foi abordada, apesar do acirramento público do confronto nas últimas semanas, que envolveu a disputa pela paternidade do Parque Dona Lindu e pelo crédito relativo ao prêmio internacional recebido pelo programa do Orçamento Participativo (OP) do Recife.

A reunião ocorreu a portas fechadas, no gabinete do ex-prefeito em Brasília, e, ao final, os dois combinaram o tom do discurso: trataram apenas das ideias de João Paulo que poderiam ser debatidas nos seminários de planejamento estratégico que o PT do Estado realiza na próxima semana.

O encontro foi cercado de tanto mistério que nem mesmo um resumo das propostas foi divulgado.

O ex-prefeito do Recife decidiu antecipar suas propostas porque não participará dos seminários.

Estará em viagem oficial.

Aceitou o convite da Câmara dos Deputados para integrar a comitiva brasileira que vai à Espanha, onde acontecerá um encontro internacional sobre gestão pública municipal.

João Paulo garantiu, contudo, que a missão oficial não tem nenhuma conexão com a campanha eleitoral do próximo ano.

O fato é que seu nome tem sido lembrado constantemente como opção para disputar a Prefeitura do Recife.

Como João da Costa é considerado candidato natural à reeleição, João Paulo só poderia viabilizar a postulação se migrasse para outra legenda.

Nos bastidores, até mesmo agremiações da oposição têm mostrado interesse. “Não tem nada a ver com 2012”, disse o ex-prefeito, apressando-se em evitar qualquer tipo de especulação, vinculando o seminário internacional com futuros projetos. “Está circulando muita informação.

Preferimos então não conversar sobre isso, mas sobre o partido mesmo, sobre o planejamento estratégico”, frisou João Paulo, referindo-se às notícias sobre sua briga com o ex-apadrinhado político e sua suposta saída do PT.

Apesar de não ter ocorrido nenhum avanço no sentido de tentar superar o mal-estar causado pelo acirramento da briga interna, o ex-prefeito deixou claro, mais uma vez, que, nesse momento, não tem vontade de deixar o PT. “Tenho dito que só saio se o partido trair o programa ou se eu não tiver mais condição de conviver (no partido).

Temos dificuldades internas, como sempre ocorreu no PT, mas não vou sair.

Não sou pré-candidato”, insistiu.

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