Por Jairo Barros Barbosa da Silva Aos 47 anos e mais de 30 anos de militância, primeiro no MDB e depois no PT, sinto-me hoje, desamparado e frustrado.
Desamparado, porque, depois de 21 anos de dedicação e trabalho a categoria bancária, exercendo a função de diagramador nos últimos 10 anos no Sindicato dos Bancários de Pernambuco e também atuando como diretor eleito para o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco para o triênio 2010/2013.
No último dia 9 de fevereiro de 2011, fui simplesmente demitido, mesmo gozando de estabilidade sindical.
Mas o que mais me chocou não foi o fato da demissão, que por si só caracteriza um desrespeito tremendo, pois além de partir de uma entidade político sindical trabalhista, porque mesmo sabendo da minha imunidade sindical permaneceu com o ato administrativo, também desrespeitaram minha militância de mais de 30 anos, mataram o que mais bonito existia em minha alma, que era a minha ideologia política mais que religiosa.
Apesar dos apelos do Sindicato dos Jornalistas, não só ao Sindicato dos Bancários, mais também a Central Única dos Trabalhadores – CUT e também do envolvimento do Partido dos Trabalhadores, alegando que se tratava de um militante histórico, nada disso sensibilizou a direção do Sindicato dos Bancários.
Restou então a ida à Justiça do Trabalho (TRT), audiência que acontecerá no dia 22 de junho, às 9h30, na 23ª vara. É frustrante para uma pessoa que viveu a vida toda militando e aprendendo a lidar com as diferenças, com as adversidades e sobretudo aprendendo a convencer as pessoas a olharem diferente ao novo que estava surgindo que era o Partido dos Trabalhadores.
E que surtiu o efeito desejado, pois além de colocarmos dirigentes sindicais comprometidos com o respeito e a dignidade dos trabalhadores, com a abertura política depois da Constituição de 88, participei de vários movimentos, pela retomada dos sindicatos combativos, caso principalmente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que participei desde o MOB (Movimento de Oposição Bancária) que culminou com retomada das mãos dos pelegos também em 88.
Hoje, assistindo o que esses companheiros são capazes de fazer, com um militante e trabalhador, fico imaginando se valeu apenas colocar e lutar pela retomada do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que pensei estivesse em mãos de trabalhadores combativos.
Agora como dizia Cazuza, estou a procura de ideologia só minha.
Ou melhor será que ainda consigo ter ideologia.
Jairo Barros Barbosa da Silva, 47 anos, casado, brasileiro, pernambucano, nordestino, pai de dois filhos maravilhosos.