O deputado federal Mendonça Filho, ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados, hoje à tarde, para alertar ao Governo Dilma para o “tremendo erro” de levar adiante a Medida Provisória que autoriza o financiamento de até 20 bilhões de reais do BNDES ao projeto do trem-bala ligando Campinas-Rio de Janeiro. “É inexplicável alocar recursos para um projeto que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, quando cidades como Recife estão paradas, precisando de investimentos em transporte público como a expansão do metrô”, criticou Mendonça, que votou contra a MP do TAV.

A MP do TAV foi aprovada na Câmara, ontem, em primeira discussão.

Hoje a MP do TAV voltou ao plenário da Câmara para discussão dos sete destaques apresentados ao texto.

Um dos destaques trata da criação da estatal federal para ser sócia do empreendimento, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav).

O texto aprovado, do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) autoriza o BNDES a financiar o projeto do trem-bala em até 20 bilhões de reais.

O valor deverá ser corrigido pelo IPCA acumulado desde dezembro de 2008.

O custo total do empreendimento é estimado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 33 bilhões.

Mendonça Filho defendeu que o Governo mova os mesmo esforços que está mobilizando para o TAV para projetos de transporte públicos nas grandes cidades brasileiras. “Existe um verdadeiro clamor da população do Recife, Porto Alegre, Rio, Salvador e grandes cidade no sentido de o Governo Federal investir em metrô”, cobrou Para Mendonça, a ligação São Paulo/Rio de Janeiro por trem de alta velocidade, com custo tão elevado, não é prioridade.

Segundo Mendonça, a falta de expansão do metrô de Pernambuco tem prejudicado o acesso dos trabalhadores do Recife e Região Metropolitana às vagas que surgem em Suape. “O trânsito é caótico, com calor alto dentro dos ônibus, num sistema de transporte deficiente e que precisa de investimento para expandir e melhorar sua qualidade”, defendeu.

O processo de licitação do trem-bala, contudo, deverá sofrer atraso.

Na quinta-feira o Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) decidirão, formalmente, se o leilão do projeto, marcado para o dia 29 deste mês, será adiado.

As empresas interessadas pedem mais tempo para analisar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento.

Após votação dos destaques na Câmara, a MP segue para o Senado.