Quem acha que a aproximação entre membros do DEM e do PSB é novidade provocada pelo relacionamento mais estreito entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, está enganado.

No Estado governado pelo presidente socialista, essa história de união é muito mais antiga.

O cenário é Itacuruba, no Sertão do São Francisco.

A época é 1996 e o contexto são as eleições municipais.

O protagonista é Romero Magalhães, atual prefeito da cidade localizada a 471 quilômetros da capital. “Era a minha primeira eleição.

O prefeito antecessor era do PFL (antigo DEM).

Como estaria sendo apoiado por ele, ele me condicionou que minha candidatura fosse pelo PFL”, conta Romero Magalhães que não era ligado a partido algum, mas tinha um bom relacionamento com o ex-governador Miguel Arraes (PSB). “Tinha uma boa interlocução com Dr.

Arraes, que avalizou minha coligação com o PFL.

Depois fui falar com Marco Maciel (que avalizou a união pelo outro lado).

Foi um verdadeiro milagre à época”, disse o prefeito, hoje PSB, que já está em seu terceiro mandato.

O tal milagre da improvável coligação rendeu frutos bastante agradáveis para Magalhães: foi eleito com 89,9% dos votos válidos.

Nos pleitos seguintes concorreu e ganhou pelo PPS (2004) e PSB (2008).

Precursor no capítulo união entre democratas e socialistas, Romero agora observa atento a possível fusão do novo partido de Kassab, o PSD, com o PSB. “Acredito que seja uma identificação (entre Kassab e Eduardo Campos), em primeiro lugar, e também uma admiração pelo trabalho que o nosso governador tem realizado”, avaliou.