No R7 Em seu aguardado primeiro discurso do Senado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) subiu ao plenário nesta quarta-feira (6) para apontar contradições no governo petista de Dilma Rousseff e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.

Em um discurso que exaltou a herança dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Itamar Franco (1992-1994), o tucano disse que o Brasil não “nasceu ontem” e que precisa de um “choque de realidade”. - Cessadas as paixões da disputa eleitoral, o Brasil precisa, neste momento, de um choque de realidade.

Um choque de realidade que nos permita compreender corretamente a situação do País hoje, e, essencial, que nos permita também compreendê-la dentro do mundo que nos cerca.

Citou, entre as contradições, o desajuste fiscal e a “inércia” do governo do PT em realizar grandes reformas, como a trabalhista, a política e a tributária.

O discurso de Aécio, que após a derrota de José Serra (PSDB) nas eleições presidenciais de 2010 surge como um dos principais nomes da oposição no país, coloca algumas diretrizes de como a oposição atuará durante o governo de Dilma Rousseff. - Os que ainda não me conhecem bem e esperam encontrar em mim ataques pessoais no exercício da oposição, vão se decepcionar.

Não confundo agressividade com firmeza, não confundo adversário com inimigo.

Os que ainda não me conhecem bem e acham que vão encontrar em mim tolerância diante dos erros praticados pelo governo também vão se decepcionar.

Não confundo o direito à defesa e ao contraditório com complacência e compadrio.

Ao reforçar o papel de uma oposição “fiscalizadora”, Aécio fez duras críticas ao governo petista e avisou que não avaliava apenas os três primeiros meses de Dilma, mas o período de quase nove anos da gestão petista. - Não é bom para um partido inaugurar uma nova fase de governo sobre a égide de compromissos não cumpridos.

O tucano ainda citou algumas das propostas oposicionistas que defenderá e lembrou que, algumas delas, foram bandeiras da campanha tucana em 2010, como a desoneração de impostos para empresas de saneamento e para empresas de energia, reduzindo o valor da conta de luz da população de baixa renda.

Após citar Serra, que acompanhou o discurso de Aécio junto aos outros senadores, o mineiro ainda fez uma crítica velada às disputas internas que tumultuam os partidos de oposição e disse que defende uma oposição que não “é a coligação de partidos, mas uma lucidez contra os erros do poder publico.”