Por Wilson Firmo Especial para o Blog Cerca de 118 famílias nativas da praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho, ocupam desde a noite de sexta-feira, 1º de abril, um terreno particular de dez hectares pertence à Granja Três, localizada a poucos metros da cancela de pedágio da Via Paiva.

A polícia está no local, que teria sido acionada pela proprietária do terreno.

De acordo com denúncias do líder do MLRP (Movimento de Luta e Resistência Popular), Eudes Ribeira, a dona do terreno teria “contratado” policiais militares armados com revólveres e metralhadoras. “A dona contratou policiais militares armados que chegaram a tomar facões e enxadas do povo, ameaçando com revólveres e metralhadoras.

Neste sábado, prevemos que acontece a mesma pressão.

Daí que já alertamos as famílias sobre possíveis incidentes”, disse o líder do movimento, que fincou a bandeira do MLRP na manhã deste sábado. “O pessoal está animado, fazendo suas barraquinhas e já hasteamos a bandeira do MLRP.

Agora vamos esperar o processo legal que é a manifestação da dona do terreno pedindo a reintegração de posse.

Já sabemos que a área tem débito elevado de IPTU atrasado”, justifica ele a ação das famílias em ocupar o terreno.

De acordo com Eudes Ribeiro, as famílias estão reivindicando do poder público municipal e estadual a compra e desapropriação da área para fins de moradia de interesse social.

Agora pela manhã houve nova reunião de organização do acampamento onde o líder sem terra alertou pais e mães sobre cuidados com as crianças para não serem picadas pelas cobras no mato e também para não serem violentadas.

Segundo ele, são mais de 100 crianças no novo acampamento.

Ribeiro conta ao Blog do Jamildo que essas famílias são moradores nativos da praia de Itapuama há muito tempo e que perderam suas casas por indenizações “muito baixas pagas” pela Prefeitura do Cabo. “Agora não têm onde morar por conta dos valores baixos das indenizações que nem dá pra comprar um novo terreno.

As indenizações variam entre R$ 16 mil a R$ 25 mil.

Nesses condições, não condições para se comprar um terreno”, protesta ele. “A área é particular, mas já levantamos que deve uma soma de IPTU muito grande, algo em torno de 130 mil.

Por isso que a gente decidiu ocupar a área de aproximadamente 10 hectares”, finaliza ele.

Até a publicação desta notícias, foram feitas várias tentativas para ouvir autoridades da Prefeitura do Cabo, mas sem retorno.