Do Jornal do Commercio No dia do 47º aniversário do golpe militar de 1964 e em meio à pressão de movimentos de direitos humanos para instalação de uma Comissão da Verdade no País, o Comando Militar do Nordeste (CMNE) promoveu ontem a mudança da sua chefia de Estado-Maior.

Mas apesar do simbolismo da data e do crescente debate sobre a comissão para investigar crimes da ditadura, as polêmicas passaram longe do quartel-general do comando, no Curado, Zona Oeste do Recife, local da cerimônia de passagem de comando.

O evento foi protocolar, com discursos e desfile de tropas.

Não houve manifestações ou declarações a respeito dos dois temas.

Nem solenidades alusivas à “Revolução Democrática de 31 de Março de 1964”, que integrava o calendário de eventos do Exército.

O novo chefe do Estado-Maior do CMNE, general José Luiz Jaborandy, optou por não comentar a proposta da Comissão da Verdade.

Disse que apenas o ministro da Defesa, Nélson Jobim, fala sobre o assunto em nome do Exército.

Ele afirmou também que a transmissão do cargo ocorreu ontem por conta do calendário da Corporação, sem alusão à data da tomada do poder pelos militares em 64.

José Luiz Jaborandy assume o posto em substituição ao também general Luiz Felipe Linhares, que será deslocado para a 1ª sub-chefia do Estado-Maior do Exército, em Brasília.

Ele deve ficar à frente da chefia do Estado-Maior pelos próximos dois anos.

Este é segundo posto mais importante do CMNE, abaixo apenas ao do comandante militar do Nordeste.

A exemplo do general Jaborandy, o comandante militar da região, Américo Salvador, também não comenta a criação da comissão.

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