Por Ana Laura Farias, do Blog de Jamildo O Diretor de Negócios da Transnordestina Logística, Marcelo Marques, garantiu que o “braço” da Transnordestina que passa por Suape começa a operar no começo de 2013. “Pernambuco está à frente no encaminhamento da ferrovia”, garantiu.

O trecho que chega a Suape vem de Eliseu Martins, no Piauí.

O prazo contraria a previsão dada pela Odebrecht, empresa responsável por cerca de 95% das obras, de que a ferrovia ficaria pronta ainda em outubro de 2012.

Marcelo admitiu que a Transnordestina está com 5% de atraso, o que considera “totalmente normal para uma obra desse porte”.

Marcelo negou que as obras no Sertão de Pernambuco estivessem paradas ou a “passos lentos” em algumas regiões. “A ferrovia hoje ainda opera ’no vermelho'.

Isso nos motiva ainda mais a acelerar as obras”.O outro trecho da ferrovia sai de Missão Velha, no Ceará, até o Porto de Pecém, no mesmo estado.

O investimento no projeto é de R$ 5,4 bilhões.

A empresa está pedindo uma revisão de preços, por considerar que alguns valores não estão compatíveis. “O salário mínimo aumentou e os custos, de forma geral, também “, diz Marcelo.

A Transnordestina Logística vai comprar cerca de 50 novas locomotivas.

Ainda não sabe se os novos veículos serão nacionais ou importados.

O diretor de negócios ouviu as críticas dos prefeitos de Serra Talhada, Carlos Evandro e Custódia, Nemias.

Todos eles pediam que a Transnordestina fosse mais presente em suas cidades, como em plataformas e centros de logísitca. “Nós não queremos ver só o trem passando”, cobra Carlos.

Ele garante que vai cobrar o governador Eduardo Campos, no Programa Todos por Pernambuco, que passa hoje e amanhã pelo Sertão.

O Governo garante que pelo menos 90% das desapropriações necessárias para a Transnordestina já foram realizadas.

O número de empregos durante a operação da Transnordestina deve ser de 3500 a 5 mil funcionários.

Marcelo expôs uma situação curiosa.

A empresa de logística vai ser obrigada a devolver alguns trechos à União, como a Ferrovia do Sal, especialmente na parte entre Mossoró (RN) e Itabaiana (PB); e a Cabo-Salgueiro, trecho de 560 km. .

Ele garante que a Transnordestina já recebeu esses trechos fora de operação, mas gasta cerca de R$ 50 mil com vigilância dos dois setores.

A ferrovia tem 4238 km.

Destes, 408 ainda estão em recuperação por conta das chuvas que atingiram a Mata Sul.

O presidente da Comissão, deputado Raimundo Pimentel, aproveitou a audiência pública para criticar o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. “Confesso que tinha algum receio sobre a Transnordestina na época que ele era ministro.

O Ceará [estado político de Ciro] iria acabar se beneficiando”, diz.

O deputado Ciro Coelho também pediu mais ações da Transnordestina para Petrolina. “O ramal Petrolina custaria R$ 700 milhões.

Este investimento não retornaria para a iniciativa privada nesse momento.

Temos interesse, mas não agora”, responde o diretor.

Questionado pelo presidente sobre a possibilidade de um trem de passageiros na ferrovia, respondeu que “há interesse”, mas que no momento não é possível.

Após perceber o receio de alguns deputados, como Raimundo Pimental e Odacy Amorim, de que houvesse um “deslocamento” do polo produtor de gesso, enfraquecendo o Sertão do Araripe, Marcelo alegou que a Transnordestina deve favorecer os negócios da região. “A gipsita pernambucana ainda perde para a da Espenha, que tem uma qualidade inferior.

Tudo isso por problemas de logística”, diz.

DESAPROPRIAÇÕES - Um estudo do Governo, entregue ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mostrou que o Governo vai precisar de um montante de R$ 30 ou R$ 40 milhões para concluir as iindenizações das desapropriações no trecho da ferrovia Transnordestina.

GASODUTO - Raimundo Pimentel “pediu” à Copergás um gasoduto para a região do Araripe.

Marcelo Barrada, representante da empresa, confimou o interesse. “Queremos levar o gasoduto para o Araripe.

Hoje, o transporte é feito por carreta, com diminuição nos impostos”.

O gasoduto de 600 km representari um investimento de R$ 1,5 a 2 milhões.