Deputados pernambucanos estão indignados com a aprovação da lista partidária fechada nas eleições proporcionais (para deputados federais, estaduais e vereadores), aprovada ontem, pela Comissão Especial de Reforma Política no Senado.
A discussão foi levantada pelo deputado Daniel Coelho, o qual defendeu que a decisão de escolher em quem votar deve ser do eleitor e previu uma “grande ditadura dos partidos, perigosa para a democracia”, caso tal medida entre em vigor. “Na prática, no Brasil os partidos têm donos.
Até que ponto eles vão influenciar na lista?
Vamos dar mais poder a uma pequena burocracia partidária?”, questionou Daniel. “Hoje, já existe uma lista e os eleitores escolhem nela seus candidatos.
Com essa nova proposta, está-se tirando o direito de a sociedade escolher em quem votar”.
O parlamentar sugeriu que a Comissão de Justiça da Alepe, juntamente com a comissão da Casa que já acompanha a reforma, realize um debate com a população, convidando os deputados federais e senadores pernambucanos. “É importante que façamos a abertura de um debate com o Congresso Nacional.
Mas defendo que essa discussão, para ser completa, deve terminar com um plebiscito junto à sociedade”.
Deputados de diversos partidos que apartearam Daniel Coelho se colocaram contra a lista fechada, utilizando palavras como “decepção”, “descrédito”, “equívoco” e “casuísmo”.
Foram eles: Maviael Cavalcanti, Tony Gel, Gustavo Negromonte, Sílvio Costa Filho, Raimundo Pimentel, Isabel Cristina e Antônio Moraes.
Apenas Oscar Barreto defendeu a lista partidária.