Sheila Borges, do Jornal do Commercio Em mais um capítulo da novela que envolve o confronto entre o deputado federal João Paulo (PT), ex-prefeito do Recife, e o atual chefe do Executivo municipal, João da Costa (PT), desde que romperam politicamente há quase dois anos, o parlamentar acusou ontem os grupos que apoiam Costa, dentro do partido, de censurá-lo, comparando-os a Stalin, dirigente comunista da extinta União Soviética que não admitia oposição à sua administração.
Incomodado com a reação de setores do PT contrários à sua ausência na inauguração do Parque Dona Lindu, sábado (26), João Paulo pediu para que os insatisfeitos apareçam e façam, formalmente, uma reclamação junto à Comissão de Ética da legenda.
Hoje, o parlamentar conversa com o presidente regional da sigla, deputado federal Pedro Eugênio, em Brasília.
João Paulo vai falar sobre o “tratamento stalinista” que julga estar recebendo por parte dos grupos que apoiam João da Costa, seu ex-apadrinhado político.
Durante uma conversa preliminar mantida rapidamente com Eugênio por telefone, ontem, o ex-prefeito sugeriu que os petistas insatisfeitos com a sua postura tomassem uma atitude mais transparente.
Em vez de mandar recados pela imprensa, muitas vezes protegidos pelo “off” jornalístico – quando o repórter expressa a opinião de terceiros sem identificar a fonte –, recorressem à Comissão de Ética.
Assim, o PT poderia iniciar um processo de expulsão.
João Paulo reafirmou que não vai sair, mesmo diante do desgaste interno e do assédio de outras legendas. “O partido é democrático e não se pode pensar diferente? É uma visão stalinista.
Se querem, podem pedir a Comissão de Ética para instalar um processo de expulsão.
Eles (os aliados que apoiam João da Costa) são maioria, mas tenho que ser ouvido amplamente.
Continuo no partido, representando-o na Câmara dos Deputados.
Quero que essas pessoas que falam pelos jornais, apareçam”, desafiou, sem citar nomes.
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