O documento oficial do governo do Estado sobre a greve no IML denuncia que os médicos legistas são orientados pela demandada, a Apemol, a se apresentarem ao trabalho, mas só concluírem a perícia tanatoscópica em cerca de 01:30h (um hora e trinta minutos), o que vem causando a situação de acúmulo de carpos no IML. “Não há explicação factível que justifique a atitude da Associação Ré, ao patrocinar um movimento insensível e desarrazoado como o que aqui é descrito”.
Na última proposta apresentada, em 23 de março, com efeitos a contar de 1º de março de 2011 e reflexo financeiro mensal, incluindo encargos, de R$ 350 mil, representaria uma majoração da ordem de 40% na folha de pagamentos da categoria.
A grave lesão a que está exposto o Estado de Pernambuco e toda a coletividade que necessita do essencial serviço público prestado no Instituto Médico Legal - IML é evidente por conta da morosidade proposital, chegando ao ponto de, no dia 16 de março, o que se demonstra nos documentos em anexo, oriundos da Secretaria de Defesa Social, terem sido acumulados 43 (quarenta e três) corpos, quando, em situação normal, este número não passa de 10 (dez) cadáveres.
Obviamente, as câmaras frigoríficas do Instituto de Medicina Legal possuem limitação de quantidade de corpos para armazenamento.
E o que é mais grave e desumano: por conta do movimento aqui vergastado, os corpos necropsiados estão sendo devolvidos às famílias, com atraso e se a situação assim continuar, certamente, não será surpresa, haverá grande risco de serem entregues, em estado de decomposição.