Terezinha confessa fazer oposição à Copa em Pernambuco Por Silvio Bompastor Li artigo da ex-deputada Terezinha Nunes publicado no blog de Jamildo e quero registrar que fiquei completamente indignado ao ler tanta coisa sem sentido sobre a Arena da Copa em Pernambuco!

Somente o total desconhecimento por negligência ou, o que é pior, a intencional manipulação dos dados, poderia justificar tanto despropósito escrito sobre um projeto tão importante para o nosso Estado.

Para começar, a iniciativa privada sozinha (qualquer um dos nossos maiores clubes) não tinha e, infelizmente, não tem ainda hoje, capacidade financeira para alavancar financiamentos, no sistema financeiro nacional, desta magnitude Individualmente nosso três clubes são detentores de patrimônios extraordinários.

Patrimônio físico - seus estádios e sedes - e patrimônio imaterial: o amor incondicional de milhões de pessoas em Pernambuco e por esse Brasil afora.

Nisso são ricos de causar inveja a todos quantos tomam conhecimento da média de público dos jogos dos nossos campeonatos.

Apesar disso, estão endividados, com baixa receita operacional e sem capacidade de oferecer garantias, de capital, corporativas ou de patrimônio, compatíveis com as exigências do Sistema Financeiro Nacional, para a consecução dos empréstimos necessários.

A participação pública no estádio se mostrou necessária, NÃO pela falta de interesse da iniciativa privada de bancar sozinha o empreendimento e SIM, pela possibilidade de se optar por uma modelagem capaz de aglutinar os esforços dos três grandes clubes do nosso Estado, na concretização de um grande empreendimento que viabilizará, de uma vez por todas, a passagem do futebol de Pernambuco para um patamar financeiro, esportivo e de competitividade, nunca antes experimentado, por nenhum dos três clubes, individual ou coletivamente.

Ou seja, em vez de estádio de um único combalido clube, os esforços aglutinados dos três.

Em vez do campo de um, que gera despesa e pouca receita, porque serve apenas para sediar jogos de futebol, uma arena moderna capaz de oferecer palco a todo tipo de evento, a começar pelas megaturnês de bandas de rock de renome global.

Entendeu, Terezinha?

Ou vou precisar soletrar?

A experiência do Estado de Pernambuco com a modelagem da PPP’s, revelada pelo sucesso absoluto do Programa Estadual de PPP, reconhecido nacionalmente como o mais avançado programa estadual de PPP do Brasil, poderia e, mais que isso, deveria ser aproveitada principalmente em se tratando de um projeto cuja principal característica é a sua sustentabilidade no pós Copa, ou seja, o legado a ser deixado para o povo e para o futebol do nosso Estado, quando a copa se for.

Pelo contrato firmado, a Arena Pernambuco será concessionada por 30 anos, ou seja, será construída, mantida, operada e administrada por um consórcio de empresas denominado Arena Pernambuco Negócios e Participações Ltda, composto por empresas de grande porte de nível internacional que já contratou, entre outras, uma empresa de porte mundial, responsável pela gestão de mais de 100 arenas ao redor do mundo (entre elas podemos citar o Estádio de Wembley na Inglaterra e o Staple Center de Los Angeles) e, ao final daquele prazo, será devolvida ao Estado de Pernambuco (pois o bem será de propriedade do Estado), nas mesmas condições físicas que foi entregue no primeiro dia de sua utilização, ocasião em que o Estado poderá novamente concessioná-la, através de licitação, por um período de mais 30 anos e assim sucessivamente.

No artigo publicado, a ex-deputada afirma que “Na época da decisão, a oposição apresentou como proposta a requalificação do estádio do Santa Cruz”…

Meu Deus do céu, Terezinha.

A oposição?

Que oposição?

Oposição a quem?

Será que é oposição à Copa em Pernambuco?

Ou temos aqui, com meridiana clareza, a confissão de que ela (e mais quem???) faz oposição a Pernambuco?

Para dinamitar na base a tentativa de desinformação, esclareço aqui o que aconteceu naquela época: o Santa Cruz Futebol Clube apresentou a sociedade em geral, um projeto de reforma e melhorias do estádio José do Rego Maciel para tentar adequá-lo às exigências da FIFA e colocá-lo como um possível candidato a estádio para a copa.

Infelizmente, naquela ocasião, o Caderno de Encargos da FIFA para a Copa de 2014 não era do conhecimento dos projetistas e a reforma apresentada não atendia a diversos requisitos técnicos ali previstos, entre os quais, basta citar apenas um que, para ser cumprido, seria necessário demolir toda a estrutura de concreto armado existente, para reconstruir todo o estádio novamente, qual seja: a exigência das curvas de visibilidade com aproveitamento de 100%, em qualquer que seja o local do estádio, em que esteja sentado um espectador.

Por que será que o estádio da Fonte Nova, em Salvador, teve que ser totalmente demolido e a sua nova construção vai custar R$600 milhões?

Por que será que o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, está sendo quase que totalmente demolido e sua reforma vai custar mais do que R$1,0 bilhão?

Por que será que o estádio do Morumbi, em São Paulo, necessitaria de uma reforma de mais de R$600 milhões, para conseguir atender aos requisitos do Caderno de Encargos da FIFA?

O preço total da reforma da Arena Coral jamais seria de R$195 milhões!!!

E, mesmo que fosse este o preço, como justificar juridicamente o repasse de tal quantia dos cofres públicos para um clube privado?

A articulista segue em frente dizendo que reconhece que o Estado fez esforço no sentido de conseguir a adesão dos três maiores clubes ao empreendimento e arremata dizendo que os esforços foram em vão e que tudo não passou de um sonho-de-uma-noite-de-verão.

Quanta desinformação!

Ou será má fé?

Ou ainda, “oposição à Copa em Pernambuco?” Vamos aos fatos reais!

O parceiro privado contratado pelo Governo do Estado de Pernambuco, a Arena Pernambuco negócios e Participações Ltda, através da PPP Arena multiuso da Copa de 2014, está concluindo o Programa de Incentivo à Adesão pelos clubes ao empreendimento Pernambuco na Copa de 2014.

Em breve, será apresentado o cronograma de reuniões com os dirigentes dos três grandes clubes de Pernambuco, através das quais, em várias rodadas de apresentação, esclarecimentos e negociação será, formalmente, apresentado o referido Programa de Incentivo e, ao final, será entregue uma proposta firme para adesão, sendo dado prazo suficiente para que os clubes possam analisar, e até contratar consultorias para auxiliá-los nas análises e, ao final, livremente, decidirem pela adesão, ou não, ao empreendimento. É preciso, no mínimo, conhecer a realidade para emitir opinião.

Aí sim, teremos uma decisão.

Quanto ao projeto do Sport Clube do Recife, apresentado à Diretoria e em seguida ao Conselho Deliberativo do clube (que aprovou a continuação dos estudos e análises para tentativa de viabilização e contratação do empreendimento), devemos conhecê-lo e analisá-lo tendo em mente que, antes de tudo, trata-se de uma iniciativa louvável e que, caso seja levada a termo, teremos mais um moderno estádio de futebol em nosso Estado.

Ainda assim, e infelizmente, aquele estádio não poderá ser utilizado na Copa de 2014, pois o campo oficial, cujo projeto já foi aprovado pela FIFA, para realização dos jogos na sede Recife, é a Arena Pernambuco, localizada em São Lourenço da Mata, cuja construção, apesar de devaneios como naquele sonho-de-uma-noite-de-verão, está sendo construído dentro do cronograma exigido pela FIFA e será concluído em 31 de dezembro de 2012, sendo Pernambuco candidato a sediar também, os jogos da Copa das Confederações que serão realizados em junho de 2013.

Mas, voltemos à nossa brilhante articulista que, sem ter nenhum conhecimento do projeto, se arvorou a citar alguns números para tentar dar credibilidade ao seu escrito “informado” que: “Para um estádio do porte do de São Lourenço ser rentável seria necessária a realização de 60 jogos por ano, segundo especialistas no setor, com ocupação superior a 60% e com ingressos vendidos a R$ 40,00”.

Quem serão estes especialistas?

Na verdade, a equação financeira desta PPP não se baseia exclusivamente na receita esportiva, que é parte importante, porém em se tratando de uma arena MULTIUSO, esta não é a única fonte de receita.

O equilíbrio econômico financeiro do empreendimento, e sua viabilidade, estão baseados no quadro de receitas e despesas e, principalmente, como, aliás, em todas as PPP’s, na qualidade dos serviços que serão prestados, cuja medição será executada através do Quadro de Indicadores de Desempenho - QID que, de acordo com o contrato, será aferido mensalmente considerando-se 50 itens de averiguação.

O pagamento pelos serviços, ou contraprestação, será feito na proporção direta da qualidade dos mesmos.

Só assim teremos um empreendimento sustentável, com administração profissional, operação padrão internacional e manutenção permanente ao longo dos 30 anos de concessão, o que nos dá a total certeza de um grande legado ao futebol e ao povo pernambucano.

Não há necessidade de solução milagrosa alguma.

O que é necessário é o que está posto no Contrato de Concessão para Exploração, Administração e Manutenção da Arena Multiuso da Copa de 2014, através de soluções técnicas de engenharia financeira, feitas por gente competente, aprovadas pelo Tribunal de Contas da União, pelo Ministério Público Federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que aprovou o empréstimo, e cujo respectivo contrato, estaremos assinando, em breve, numa grande solenidade oficial.

Pernambuco e os pernambucanos terão a Copa de 2014 em Recife sim!

Todas as alternativas foram devidamente estudadas e o Governo adotou aquela mais viável, mais segura, mais sustentável e com o maior legado que poderia ser deixado para seu povo.

Este povo precisa saber da verdade!

Precisa saber que, por causa da Copa, Pernambuco estará recebendo investimento em todas as áreas (infraestrutura, mobilidade urbana, transportes, porto, aeroporto, saúde, segurança, educação, turismo, tecnologia de informática, telecomunicações, etc) que juntos totalizarão um montante de, aproximadamente, R$8,0 bilhões, num prazo de 3 a 4 anos, em Recife e demais cidades da sua Região Metropolitana.

Este sim é o grande legado da Copa de 2014 e do Governo de Eduardo Campos, para o povo de Pernambuco.

A melhoria da infraestrutura física e dos serviços prestados, em todas as áreas e, principalmente, a conseqüente melhoria da qualidade de vida deste povo.

Agora, Terezinha, cuidado aí, viu?

Essa oposição do quanto pior melhor não leva a lugar nenhum.

Nosso povo é inteligente, esclarecido, politizado.

Bem, isso você já sabe, não?

PS: Silvio Bompastor é Secretário Extraordinário da Copa 2014 em exercício