Davi Barboza e Leonardo Spinelli, do Jornal do Commercio Os preços no Brasil vêm aumentando numa velocidade acima da meta de 4,5% estipulada pelo Banco Central e o remédio para conter a escalada é aumento dos juros, menos crédito e contenção de gastos por parte do governo.
O fenômeno é nacional, mas para a classe média do Recife parece que a pressão é ainda maior.
O principal exemplo é o preço da moradia. “Antes você comprava um apartamento legal por R$ 100 mil, mas hoje, por R$ 150 mil, encontra-se um mal localizado, em um prédio caixão”, compara a estudante de psicologia Edilma Barcelo, de 38 anos.
A sensação de que o Recife está ficando tão cara quanto cidades mais ricas como São Paulo é um fenômeno direto do crescimento econômico mais acelerado.
No ano passado o PIB de Pernambuco cresceu 9,3%, contra 7,5% da média nacional.
Mais demanda, mais pressão sobre os preços. “As cidades nutrem diferenças de renda em função do seu desenvolvimento.
Se o Rio tem uma economia mais robusta que a do Recife, o nível de preços tende a ser maior.
Quanto maior o desenvolvimento da cidade, mais cara ela é.
Morar em Nova Iorque, por exemplo, é muito mais caro”, comentou o economista da Fundação Getúlio Vargas, André Braz.
A professora do departamento de pós-graduação de Economia da UFPE Tatiane Menezes explica que as indústrias de Suape aceleram a velocidade do custo de vida local. “Há uma demanda grande de mão de obra e como muitas vezes não temos qualificação, vêm pessoas de fora.
Esses profissionais procuram lugar para morar e chegam com um nível salarial melhor.
Isso pressiona o custo de vida da cidade.
Particularmente, no item aluguel, há um descolamento na escala de preços, acima da média nacional”, comenta a professora citando números do IPCA.
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