Da agência do PSDB Parlamentares do PSDB criticaram nesta quarta-feira (23) a tentativa do governo Dilma de interferir na direção do comando da Vale do Rio Doce, com consequências danosas para a principal empresa privada do país.

Conforme destacou o Instituto Teotônio Vilela em sua carta de conjuntura divulgada hoje, a mídia vem alertando para as ações do Palácio do Planalto visando tirar Roger Agnelli da presidência da mineradora.

De acordo com o jornal “O Estado de S.Paulo”, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é o responsável por “negociar” a saída do executivo.

Da tribuna, o líder do partido na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), alertou para a ingerência da gestão petista no controle da companhia, em um processo classificado pelo parlamentar de “estatização branca”. “O governo do PT quer fazer a antiga Vale do Rio Doce, a maior mineradora do Brasil, voltar a ser algo parecido com o que hoje nós podemos dizer dos Correios, da Eletrobrás e da Petrobras, aviltadas pelo interesse político, que servem aos interesses dos cabides de emprego para atender ao fisiologismo de formação das composições políticas momentâneas, de ocasião”, alertou Nogueira.

Na ocasião, o líder leu trechos da carta do ITV.

O líder da Minoria na Câmara, Paulo Abi-Ackel (MG), demonstrou preocupação com a tentativa do governo de usar a estrutura da Vale e determinar mudanças na empresa. “Estamos falando do risco grave de uma companhia que é objeto de orgulho nacional se transformar em mais uma fonte de organização e ocupação política de sua estrutura.

Isso colocaria em risco a eficiência de sua gestão e, sobretudo, o excelente desempenho que ela tem tido em todo o mundo”, afirmou.

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), disse que esse tipo de ingerência é muito ruim para a democracia. “Não dá para aceitar que uma empresa como a Vale, que tem produzido resultados extremamente satisfatórios, seja submetida a ações de interferência do Estado no que deveria ser privado”, criticou.

Para Guerra, a fome do PT por cargos é insaciável. “Eles querem ocupar tudo e mandar em tudo.

Isso é antidemocrático”, completou.

Em visita ao Congresso, o ex-governador José Serra também condenou o aparelhamento exercido pelo PT em empresas privadas.

Segundo ele, a prática não é recente. “Não é que a Vale não possa trocar seu presidente.

O problema é aparelhar uma empresa como essa para fins político-partidários.

Isso é um fenômeno antigo e presente.

Trata-se da burguesia estatal petista, que prosperou bastante nos últimos anos”, ressaltou.