Por Antonio Moraes Uma situação de calamidade. É assim que se encontrava o Instituto Médico Legal (IML) de Pernambuco.

Flagelo antigo que atingiu seu ápice há dias.

Fui secretário de segurança pública num tempo em que não havia tantos recursos como hoje e sei que o Instituto precisa atualmente de uma solução imediata para resolver o caos em que se encontra.

Contudo, também não menos importante é terminar de uma vez por todas com intervenções paliativas e realmente investir numa ação definitiva para que episódios como esses que vimos nestas últimas semanas fiquem de fato, no passado. É bom que fique claro que segurança pública não é questão para ser politizada. É questão de Estado.

Por isto sugeri uma reunião que foi realizada na última terça- feira, na comissão de Defesa da Cidadania, presidida pelo deputado Betinho Gomes, com deputados e representantes do Conselho Regional de Medicina (Cremepe), da Associação dos Médicos Legistas do Estado (Apemol) e do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).

Acredito a partir do que foi discutido neste encontro que um dos caminhos para o fim definitivo desta triste realidade poderia ser a autonomia financeira e administrativa do instituto.

Em estados como o Ceará, Pará e Amapá isso já é realidade.

Propus uma visita a um destes estados para conhecermos como está estruturado o instituto local após a autonomia.

Também estive esta semana na sede do IML e constatei de perto o drama de famílias que esperavam a liberação de corpos de entes queridos.

A estrutura do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) não comporta a demanda.

Corpos estão alojados em contêiner e cada dia mais cresce o número de corpos que aguardam liberação.

Ao invés de agilidade que se espera num momento de dor como o que marca quem procura o IML,o que vi por lá foram famílias inteiras em busca de um enterro digno para seus parentes que de forma nenhuma merecem continuar passando por este constrangimento numa hora já tão difícil da vida deles.

Como bem disse o deputado Daniel Coelho essa é uma questão histórica, mas o atual governo já está aí há cinco anos e precisa mostrar respostas para a sociedade.

Não só neste momento de crise, mas para que outros momentos como esse não aconteçam mais em Pernambuco.

O IML, seus profissionais e o povo pernambucano merecem uma estrutura adequada e uma resposta mais rápida, eficiente e definitiva.

PS: Antonio Moraes é líder da oposição na Assembleia