Prezados amigos, Aproveito o desabafo do Prof.

Jorge Henrique, membro do PV, para também expressar minha opinião sobre a adesão dos verdes ao governo estadual.

Como sabem, fui pré-candidato ao senado pelo Partido e, talvez por isso, muitas pessoas me cobram um posicionamento claro nesta questão.

Não me iludo quanto à distância entre a política dos ideais e a realpolitik, aquela que grassa em todo o mundo - mas que parece ter, em Pernambuco, seu baluarte mais forte.

A política miúda tomando conta do sonho (eis a grande tarefa - não permitir que triunfe).

Tenho em Sérgio Xavier um amigo pessoal que me foi sempre correto e leal.

Acredito que ele esteja convencido da importância de ocupar a Secretaria de Meio Ambiente, de modos a ampliar espaços de atuação política.

Mas quero registrar que não penso do mesmo modo.

Sua decisão de aderir ao governo nos impõe um custo demasiado alto.

Sua rápida mudança de discurso pode confundir o eleitorado e levar alguns à desilusão.

Concordo com Jorge Henrique quando ele afirma que as negociações prévias com o governo não foram participativas.

De fato, alguns dos filiados mais leais ao PV foram deixados de lado, conforme as conveniências do restrito grupo interlocutor.

Eu próprio, há nove anos neste Partido, acompanhei a tudo pelos jornais.

Somente no final, quando a negociação já estava selada, foi realizada uma reunião aberta para reverenciar a decisão tomada.

Ficamos com o sentimento de que “faltara alguma coisa” - como na Revolução dos Bichos, de Orwell.

Pernambuco vivencia hoje sua ilusão de crescimento.

Em meio ao caos da metrópole, à desordem social, à deterioração ambiental, à concentração de renda, há os que pensem que estejamos bem.

Mas não nos conformemos, a crítica é necessária à renovação.

Uma vez firmada a coalizão, vamos em frente!

Cumpre-nos torcer para que Sérgio faça um bom trabalho.

Ajudarei no que puder, desde que seja sem cargos e fora do governo.

Abraços sustentáveis, Jacques Ribemboim, Presidente da ONG Civitate.