Luciene Cruz, da Agência Brasil Para Rubens Mello, presidente do Conselho de Administração da Cosan, uma das maiores produtoras mundiais de açúcar e álcool à base de cana-de-açúcar, falta vontade política para resolver o problema das barreiras impostas às exportações de etanol do Brasil para os Estados Unidos. “O problema do etanol é exclusivamente político.

Existe alto protecionismo e subsídio muito grande nos Estados Unidos.

Falta coragem politica para enfrentar o problema”, criticou.

De acordo com Mello, a parceria comercial seria vantajosa para os dois países. “Essa situação precisa ser enfrentada.

Abriria um mercado enorme e nós poderíamos perfeitamente trabalhar em conjunto com os americanos.

Os EUA precisam criar consumo e abrir outras alternativas.

Há espaço para todo mundo e pode ser feito um remanejamento tributário nos EUA.

Os americanos precisam sair do defense [da defensiva] e partir para o negócio ativo.

Isso não vai prejudicar os produtores americanos e é benéfico para os dois países”, argumentou.

Segundo o representante da Westinghouse Eletric Company, Aris Candris, existe interesse do governo americano de reverter esse quadro.

Prova disso, segundo ele, é a própria visita do presidente Barack Obama ao Brasil. “Pensar no Brasil de forma colaborativa é um evento recente, mas o fato de Obama estar aqui, e do convite à presidenta Dilma para ir aos EUA em breve, foca o fortalecimento [da relação] bilateral”, garantiu ele, sem entrar em detalhes sobre as barreiras ao etanol.

O executivo americano concorda que trazer tecnologia americana para o Brasil vai abrir mercados, mas confessa que a parceria funciona de forma lenta. “ Também nos sentimos frustrados com o ritmo dessa evolução entre Brasil e EUA.

Acho que governo pode ter trabalho importante para que essas novas tecnologias tenham sucesso.

Dos EUA, posso dizer que governo Obama tem interesse em lançar tecnologias mais maduras para que a colaboração entre Brasil e EUA seja benéfica”, finalizou Candris.