Na FOLHA DE S.PAULO Termina amanhã, após sete meses de negociações, a novela sobre o destino político do prefeito Gilberto Kassab.

Ele lançará seu novo partido em Salvador, exibindo como principal aliado o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.

Os dois solicitaram o desligamento do DEM ontem.

Kassab e Afif fecharam ontem à tarde os detalhes do estatuto da nova sigla, que se chamará PSD (Partido Social Democrático).

O envolvimento de Afif com o projeto do prefeito deixou constrangidos os aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que passaram a defender a redução do espaço político do vice no governo.

O objetivo do prefeito com a nova legenda é abrir espaço para lançar sua candidatura ao governo do Estado nas eleições de 2014.

O projeto incomoda Alckmin, que provavelmente será candidato à reeleição e não deseja ter Kassab como adversário.

Aliados do governador já aconselharam Alckmin a afastar Afif do cargo de secretário de Desenvolvimento do Estado, que ele acumula com a função de vice-governador.

Alckmin, no entanto, tem dito que prefere evitar punições tão explícitas.

Também descontentes estão os dirigentes do DEM, partido pelo qual Kassab e Afif se elegeram.

Só ontem, após fechar o formato da nova sigla, Kassab telefonou para o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia (RN), para oficializar seu desligamento.

A nova legenda teve de ser rebatizada pelo prefeito.

O nome proposto inicialmente, PDB (Partido da Democracia Brasileira), foi descartado depois que adversários transformaram a sigla em anedota, dizendo se tratar do “partido da boquinha”.

Salvador foi escolhida para o lançamento do partido para indicar que ele terá abrangência maior do que sugere seu berço paulista.

O PSD nascerá com representação em nove Estados, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.