Por Daniel Guedes dguedes@jc.com.br Atualizado às 14h20 SALGUEIRO -Depois que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, oficializou sua saída do DEM, o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, reafirmou seu interesse em continuar conversando com o paulista.

Nesta segunda-feira (21), Kassab deve procurar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para dar o primeiro passo em direção à criação do PSD. “Temos interesse de seguir dialogando com ele.

Até porque o partido já estava dialogando.

Até porque há diálogo dele com a base do governo federal.

Ele já tem mostrado desejo de ajudar como já ajudou no governo do presidente Lula.

Há interesse político de a gente continuar conversando.

Ele é prefeito reeleito da maior ciadade do Brasil, coordena mais de 10 deputados federais de São Paulo, hoje, está articulado com outras lideranças importantes como Otto Alencar (PP, vice-governador e secretário de Infraestrutura da Bahia), como o próprio Raimundo Colombo (DEM, governador de Santa Catarina), tem senadores conversando com ele.

Acho natural que a gente dialogue”, disse Eduardo Campos, neste sábado (19), em entrevista em Salgueiro, no Sertão do Estado, onde participa do terceiro dia do programa Todos Por Pernambuco.

Chamada previamente de PDB (Partido da Democracia Brasileira), a agremiação de Kassab será batizada de PSD (Partido Social Democrático).

Essa legenda já existiu no Brasil, de 1945 a 1965, quando foi extinta pela ditadura militar em vigor no País.

Nos bastidores, a conversa é que a criação do PSD seria apenas uma estratégia para que Kassab mantenha seu cargo e possa, de uma maneira mais sutil, aderir ao PSB.

A aliança entre o partido socialista e o prefeito de São Paulo interessa muito a Campos, pois seria uma forma de se aproximar do maior colégio eleitoral do Brasil, o que é fundamental para que o governador de Pernambuco alce seu voo nacional.

Eduardo afirmou ter conversado com Kassab na última quarta-feira (16) e que o prefeito lhe disse que iria nesta segunda-feira ao TSE levar as 121 assinaturas dos fundadores da nova legenda.

Após isso, Kassab ainda terá que coletar 458 mil assinaturas de eleitores em diferentes Estados do Brasil para, só então, o PSD ser criado.

TELEVISÃO - A impossibilidade de ter tempo de TV fez Kassab e Eduardo conversarem sobre possíveis futuras coligações para as eleições municipais do próximo ano.

Campos salientou que, em algumas localidades, já há uma aproximação entre aliados do prefeito de São Paulo e o partido do governador de Pernambuco. “Esse partido (que será criado por Kassab) tem zero tempo de televisão.

Ele estava abrindo uma conversa com o PSB - porque em muitos desses lugares o PSB era um partido coligado, amigo - da possibilidade de haver um entendimento sobre as eleições municipais porque o PSB não tem um grande tempo de televisão, mas tem um tempo já expressivo.

A conversa foi até aí.

Essa discussão de fusão foi muito mais da especulação e da fala de alguns que pensavam em ir para o partido para fundir do que de algum diálogo existente entre a direção do PSB e o Kassab”.