Por Adriano Oliveira – Cientista Político Os atores políticos vivem, embora alguns não percebam, construindo estratégias.

Estas servem para a conquista do poder ou a manutenção deste. É possível que um ator bem informado sobre a conduta do outro consiga fazer a melhor escolha, a qual lhe trará o benefício desejado.

Por outro lado, a informação pode ser imperfeita.

Diante disto, o ator político não consegue maximizar a sua escolha.

Os atores políticos se movem em um tabuleiro de xadrez.

Os jogadores querem conquistar benefícios.

Ou melhor: conquistar o poder.

Olhando para o tabuleiro das eleições municipais do Recife, constato que alguns atores se movimentam silenciosamente.

Outros, já agem como candidatos.

Este é o caso, por exemplo, do prefeito do Recife, João da Costa.

As suas últimas ações revelam que ele candidato à reeleição.

E, embora muitos pensem o contrário, ele tem chances de vencer a eleição.

Entretanto, o sucesso eleitoral de João da Costa em 2012 não depende apenas dele.

Ele, caso tenha astúcia, precisa se movimentar no tabuleiro de xadrez e construir uma coalizão partidária em torno do seu nome.

Esta coalizão deve ter, inclusive, o PSB, pois, diante da aprovação do governador Eduardo Campos, este será um grande eleitor na próxima eleição municipal.

Uma dúvida neste momento é se o PSB terá candidato a prefeito do Recife.

Olhando para o quadro sucessório atual, não existem razões eleitorais para o PSB não lançar candidato.

Talvez, estejam presentes razões políticas, pois o PSB ainda deseja algo do PT.

João da Costa tem outros problemas.

João Paulo continuará a ser, por muito tempo, uma sombra ameaçadora para João da Costa.

Além disto, o ex-prefeito do Recife pode optar por enfrentar o atual prefeito do Recife.

Neste caso, João Paulo poderá enfrentá-lo, inicialmente, internamente.

Ou optar por mostrar para opinião pública que João da Costa é seu adversário.

Mas para isto ocorrer, João Paulo precisa sair do PT.

A oposição, por enquanto, tem três aspirantes a candidatos: Raul Jungmann, Raul Henry e Mendonça Filho.

Todos, certamente, saberão encontrar o discurso adequado para enfrentar João da Costa.

Porém, observo, que neste instante, o problema principal do prefeito não é a oposição, mas João Paulo.

Os jogadores do prefeito – bispos, peões, rainhas, cavalos – além dele, que é o rei, por enquanto, precisam saber construir estratégias adequadas para tentar, inicialmente, evitar o confronto eleitoral com João Paulo.

E caso não consigam, construir um discurso eficiente para enfrentá-lo.

Mas será que existe?