Posseiros e representantes das comunidades que vivem nas terras do Complexo Portuário de Suape saíram com um pouco mais de esperança da audiência pública realizada, hoje, pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa.
Ouviram do diretor de Patrimônio de Suape, Inaldo Campelo, o compromisso de que o Projeto Morador será licitado ainda este ano. “Não vamos retirar a conquista das comunidades, mas, enquanto poder público, há encaminhamentos legais a serem cumpridos.
Espero que nós possamos entregar a Nova Tatuoca e os títulos de posse às famílias ainda este ano.
Esse é nosso desafio”, declarou Campelo.
Na ocasião, Campelo também apresentou aos presentes o Novo Plano Diretor de Suape, válido para o período de 2010 a 2030.
O documento é fruto de um levantamento feito nas 27 comunidades que estão instaladas no complexo.
Além do plano, foi apresentado um projeto habitacional e de infraestrutura, o qual contará com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2.
O novo plano diretor prevê a consolidação das ocupações do Engenho Massangana, de Vila Nazaré, Vila Suape, Cepovo, Nova Tatuoca, Gaibu e Vila Claudete.
Vai atender cerca de 4.200 famílias – instaladas numa área de 170 hectares – com infraestrutura integrada e regularização fundiária.
Na proposta também consta o remanejamento de duas mil famílias para o entorno da Vila Claudete, as quais irão ocupar uma área de 70 hectares num empreendimento habitacional pertencente a Suape e que será integrado com o centro do Cabo de Santo Agostinho.
Apesar do conteúdo apresentado pelo diretor de Suape, representantes das comunidades expuseram sua insatisfação com a forma como a Diretoria de Porto tem conduzido o processo. “Não somos contra o desenvolvimento, mas somos contrários à forma desrespeitosa como os moradores são tratados, sendo expulsos das suas casas e das suas terras, muitos deles indo morar em favelas.
Antes, havia reuniões com Suape, hoje, esses encontros acabaram”, destacou Ezequiel dos Santos, liderança comunitária do Complexo de Suape. “Vai fazer um ano que as comunidades não discutem políticas públicas e sociais com Suape”, reforçou o presidente da Associação de Moradores de Gaibu, Clélio da Silva.
A incerteza quanto à concessão dos títulos de posse das terras também foi bastante frisada pelas lideranças presentes.
Ao final da reunião, o deputado Betinho Gomes, presidente do colegiado, destacou que a comissão vai acompanhar o andamento do projeto e continuar a intermediar as conversas entre as partes. “Vamos acompanhar e cobrar junto ao governo do Estado e a Suape a execução das propostas aqui apresentadas”, declarou o parlamentar.
Inclusive, o deputado conseguiu junto ao diretor Inaldo Campelo o compromisso de retomar as reuniões. “Amanhã, todos serão convocados para aprofundar as questões do Projeto Morador.
Será enviado um convite com data e local do encontro, que deve acontecer já na próxima semana”, garantiu Campelo.
Além das lideranças comunitárias e presidente das Associações, o encontrou contou a presença de representantes da Cehab, do Ministério Público e das prefeituras do Cabo e de Ipojuca.