Por Fernando Castilho, no Jornal do Commercio Ainda não são conhecidas as verdadeiras razões que levaram à saída do engenheiro Angelo Bellelis do comando do Estaleiro Atlântico Sul, mas é possível identificar que uma vez que ela se tornou necessária, o Grupo Queiroz Galvão – que tem pelo menos 30 anos de atuação no mercado de petróleo e gás – decidiu colocar no comando da empresa alguém de sua total confiança.

Assim, sacou o engenheiro Agostinho Serafim Júnior do comando da empresa que cuidava do projeto de exploração de gás de Mexilhão para tomar conta do gigante que está construindo junto coma Camargo Correia, Samsung e PJMR.

Bellelis tinha virado uma espécie de cartão de visitas do Estaleiro Atlântico Sul, dado o seu envolvimento com as equipes.

Talvez porque precisou assumir a incrível tarefa de construir um estaleiro de grande porte paralelamente à construção do primeiro navio, aliás um gigante de 25 mil toneladas que ainda não ficou pronto – apesar de já ter sido lançado ao mar a “pedido” do presidente Lula, no meio da campanha presidencial, com a tinta do casco vazio ainda sem ter sido enxuta.

Além disso, gerenciava um formato de produção fordista que soldou em Suape a maioria das peças do navio, uma vez que simplesmente não deu tempo para trazer a indústria de navipeças que só agora dá sinal de aportar em Pernambuco. » Mas o que pouca gente sabe é que a demissão de Bellelis é a face visível de um série de substituições, que começou com o diretor industrial Henrique Abe e de seu adjunto Domingos Edral, o que levou a companhia a reestruturar seu modelo de produção para ganhar mais agilidade.

E que, depois de quase um ano de atrasos, os clientes (Petrobras e Transpetro) estão começando a cobrar resultados da empresa e o investimento prometido dos acionistas controladores, inclusive, para fazer o site do estaleiro. » A saída de Angelo Bellelis do Atlântico Sul, certamente, turbina sua carreira de executivo pela experiência de ter construído um projeto estratégico de governo.

Mas para o EAS marca o início de uma fase de cobranças de resultados.

Acabou o período de empatia.

As encomendas precisam ser entregues.