Por Ana Laura Farias, do Blog de Jamildo O aniversário de 63 anos da Chesf foi marcado por um seminário promovido da ONG Ilumina, repleto de críticas à estatal.
Antonio Feijó, presidente da Ilumina e Jorge Jatobá, da consultoria Ceplan, demonstraram indignação por muitos temas atuais, como o esvaziamento da Chesf, o regime de concessões e as desregionalização das políticas públicas da companhia.
Para quem tinha expectativas sobre definições do futuro político da Chesf, a decepção veio logo no início.
O representante dos trabalhadores, Edvaldo Gomes, abriu o evento dizendo que “aquele não era um debate para aprofundar a questão.
A nossa intenção é homenagear o aniversário da Chesf”, disse. “A Chesf já foi o motor do Nordeste, e hoje está quase sem força”.
Dilton disse que a região tem um potencial de 26 GW nos próximos anos.
O Nordeste ainda está dependente da energia das regiões Norte e Sudeste.
Enquanto isso, o deputado federal Fernando Ferro e o presidente, Dilton da Conti, assumir a defesa do local. “Vejo uma Chesf com muitas incertezas no horizonte, mesmo já tendo representado extremamente relevante para o Nordeste”, disse Feijó. “A Chesf precisa assumir uma postura mais forte quanto ao Nordeste.
A Chesf perdeu a foram ao se desregionalizar”, disse Jatobá.
A usina nuclear deve ser instalada em Itacuruba, no interior de Pernambuco.
O presidente da Chesf optou por um discurso mais técnico, evitando temas polêmicas como, o apagão da Região Nordeste.
Esse seminário pode, inclusive, marcar a despedida de Dilton, já que a presidente Dilma planeja fazer mudanças no segundo escalão do governo.
O presidente da Chesf garaniu que o Nordeste tem uma redução significativa no risco de novos blecautes. “A oposição gosta de chamar aquele blecaute de apagão, para lembrar os anos FHC.
Aquilo foi, na verdade, uma falha de distribuição”, alfineta Ferro.
Ele disse ao Blog de Jamildo que está otimista quanto ao uso da energia nuclear no Nordeste. “Não posso falar especificamente [Itacuruba] por não ter visto o projeto, mas tenho certeza que temos tecnologia suficiente para isso”, diz.
Os dois especialistas acreditam que as fontes hidrelétricas tendem a se esgotar e já é o momento de investir em novas formas de energia, como a eólica e a nuclear.
Posição reforçada por Dilton e Ferro. “Em relação à energia nuclear, percebo que está havendo uma certa ‘‘histeria coletiva’’ quanto à energia nuclear, depois dos desastres no Japão.
O que as pessoas têm que entender é que não há nenhum tipo de energia totalmente segura”, diz o deputado.
Sobre o regime de concessões, Feijó disse estar preocupado com o futuro da Chesf. “Existem sérios riscos de a Chesf praticamente desaparecer no dia 3 de outubro de 2015.
Esse é o prazo no qual o regime de concessões completa dez anos e a Chesf se vê obrigada a devolver algumas estações à União.