Por Adriano Ceolin, no iG A união entre o PSB e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) faz parte do projeto do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para se tornar uma alternativa para o empresariado do Sul e do Sudeste na disputa pela Presidência da República em 2014.

Na pior das hipóteses, o atual governador de Pernambuco poderá servir como opção de vice para um candidato do PSDB ou do PT.

Segundo aliados de Campos, o governador e presidente nacional do PSB avalia que Kassab ajudaria a ampliar seu relacionamento com poder financeiro paulista.

Atualmente, Campos já tem como interlocutor o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que foi candidato a governador em 2010 pelo PSB. “O problema é que Skaf não comanda a prefeitura de maior orçamento do País, o que diminui seu poder de influência sobre políticos e empresários”, avalia um socialista.

Atual prefeito de São Paulo, Kassab tem mandato até o fim de 2012.

Se migrar diretamente do DEM para o PSB, corre o risco de perder o cargo por infidelidade partidária. É por esse motivo que Kassab optou por criar um partido - o PDB - para mais tarde fundi-lo com o PSB.

Os advogados contratados pelo prefeito paulistano para produzir a documentação para a nova sigla já finalizaram o trabalho.

Eles esperam apenas o aval de Kassab para dar início ao processo de criação da legenda.

O sinal verde poderá ser dado nesta quarta-feira, um dia após a convenção do DEM.

O partido reúne-se em Brasília para confirmar o senador José Agripino (RN) como novo presidente da sigla e a formação da nova Executiva.

Como foi firmado um acordo na divisão de postos no colegiado entre as alas do partido lideradas por Jorge Bornhausen (SC) e Rodrigo Maia (RJ), não haverá disputa.

Paciência Eduardo Campos tem evitado dar declarações sobre Kassab por esperar que o prefeito anuncie sua desfiliação do DEM após a troca de comando no partido.

Campos costuma ser paciente.

Foi assim quando esperou para ser ministro de Ciência e Tecnologia ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2006, decidiu disputar o governo de Pernambuco mesmo não sendo o favorito.

Na oportunidade, Jarbas Vasconcelos (PMDB) deixava o governo bem avaliado e tinha chance de eleger Mendonça Filho (DEM) como sucessor.

No primeiro turno, Campos acabou em segundo lugar, com 33% dos votos válidos.

No segundo turno, ganhou o apoio do PT que havia lançado Humberto Costa.

A aliança foi decisiva.

Campos acabou eleito com 65% dos votos contra 34% de Mendonça.

Quatro anos depois, Campos disputou a reeleição e ampliou sua margem de votos.

Na disputa contra o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), obteve 82% dos votos válidos contra 14% do peemedebista.

A vitória esmagadora lhe deu força para sonhar mais alto.

Com 45 anos, o governador de Pernambuco pode ser candidato a presidente em 2014 ou ocupar um posto de vice.

Embora seja aliado à presidenta Dilma Rousseff (PT), mantém ótima relação com o senador Aécio Neves (PSDB).

Os dois são prováveis candidatos ao Palácio do Planalto.

No caminho de Campos só está o PMDB.

Se o partido conseguir manter a aliança com Dilma, o socialista pode buscar um acordo com Aécio.

Se união com os peemedebistas não vingar, o governador será a primeira opção para ser vice de Dilma na disputa da reeleição.