Em O Globo EUNÁPOLIS (BA) E SÃO PAULO - O coordenador do MST, João Pedro Stédile, depois de um período de silêncio e trégua na gestão Lula, voltou nesta quinta-feira à carga.
Em visita a Itamaraju, a 743 km de Salvador, Stédile fez críticas e deu palpites na gestão da presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, o governo tem de dar mais de R$ 1 bilhão para indenizar cerca de 700 fazendeiros Brasil afora, cujas propriedades já teriam sido vistoriadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Com o pagamento, seria possível fazer a distribuição de terras no país. ( Leia também: José Rainha é condenado a quatro anos de prisão por invasão a fazenda no Pontal em 2000 ) Para o líder do MST, não falta dinheiro ao governo e sim dar prioridade às causas sociais. - É tudo uma questão de prioridade, e vamos cobrar dela (de Dilma) essa posição, pois as famílias não podem ficar na lona - declarou, criticando depois Dilma por não ter nomeado ainda uma pessoa para ocupar o cargo de presidente do Incra: - São mais de dois meses e nada de nomeação.
O governo não pode fazer loteamento partidário e colocar alguém lá que não venha a entender nada de reforma agrária.
Esse é um cargo técnico, como é com o Banco Central, onde o governo não colocar qualquer um - disse Stédile, afirmando ter marcado para breve encontro com Dilma.
A assessoria de imprensa do Incra informou, por meio de nota, que “há hoje 467 processos de obtenção de terras para a reforma agrária, por meio de desapropriação, referentes a imóveis rurais já decretados pelo presidente da República”.