Foto: Chico Port/JC Imagem Do Jornal do Commercio O meio da alegria e descontração da folia pernambucana, alguns problemas ainda ameaçam tirar o brilho de um dos carnavais mais famosos do Brasil.

Falhas referentes à problemas na infra-estrutura, de uma festa que não para de crescer sem que para isso sejam implementados melhorias permanentes no Recife, como é o caso da mobilidade urbana e trânsito.

Outro ponto importante diz respeito ao comportamento de profissionais que trabalham nesse período, como taxistas campeões de reclamação este ano.

Táxis de Recife e Olinda puderam circular por entre as duas cidades este ano, resolvendo um antigo problema de antigos carnavais que acabavam prejudicando o folião.

No entanto, pessoas reclamaram do serviço ruim oferecido pelos taxistas.

No Recife Antigo, taxistas escolhiam se levariam ou não o cliente, dependendo do destino, o que é proibido por lei.

Lugares próximos, como a Boa Vista ou bairros da Zona Norte eram evitados pelos motoristas.

O professor Gustavo Borges foi um dos prejudicados. “Seguindo recomendação e orientação da prefeitura, deixei o carro na garagem e fui para a folia de táxi.

Péssimo negócio”.

Para uma cidade que se prepara para receber jogos da Copa do Mundo, o serviço deixa explícito suas falhas. “Além de pagar uma tarifa absurda de cara, você é obrigado a lida com a extrema de falta de educação de alguns motoristas”.

O preço fora da tabela também foi um problema registrado. “Tive de pagar R$ 25 por uma corrida até a Agamenon Magalhães”, disse a turista carioca Helena Marques.

O valor médio desse trajeto é R$ 12,50.

Helena também reclamou da precariedade dos banheiros e das pessoas que fazem xixi nas ruas da cidade durante o Carnaval. “Em Olinda, o cheiro em algumas ruas era insuportável”, lembra. “E no Recife Antigo, nas imediações do Marco Zero, homens usavam banheiro das mulheres”.

A oferta deste ano de sanitários químicos foi maior, mas algumas pessoas mijavam na rua do mesmo jeito, como na foto acima flagrada pelo JC.

Outro problema de comportamento é um exagero nas brincadeiras nas ladeiras de Olinda.

Pistolas de água e espuma - que são proibidas - causaram transtornos na folia de muita gente. “A brincadeira da pistolinha de água não tem problema quando é na roupa, mas no rosto?

Pode provocar alguma doença, né?

A gente nunca sabe de onde retiram aquela água”, diz a dona de casa Karla Silva.

Ainda em Olinda, os beijos forçados continuam, sobretudo com a falta do reforço das campanhas contra esse tipo de violência contra a mulher. “Vi muito isso acontecer este ano.

Eu quase fui vítima e ainda tive que segurar meu namorado para ele não brigar com o rapaz que tentou me agarrar”, diz a enfermeira Fabiana Carvalho.

TRÂNSITO - Velho conhecido da maioria dos recifenses, o trânsito causa dor de cabeça também no Carnaval.

O reordenamento das vias para a folia causaram congestionamentos e prejudicou a mobilidade de quem queria se divertir.

O isolamento de uma faixa do Cais do Apolo, em direção ao Recife Antigo para uso exclusivo dos ônibus da folia geraram reclamações. “Os outros ônibus demoravam a passar e a fila de carros particulares e taxi só fazia aumentar. Óbvio!

Tem pouco ônibus e mais gente com carro”, diz o professor Mário Melo.