Por Francisco Cunha Escrevendo sobre o Recife, tenho a oportunidade de dizer: “É uma cidade magnífica, aliás uma das mais magníficas do mundo.

O seu centro é tão patrimônio da humanidade quanto Olinda e não fica a dever, em termos de atributos históricos, arquitetônicos e paisagísticos, a nenhuma outra cidade detentora desse título ao redor do planeta (não conheço todas mas em relação às que conheço, isso é a mais pura verdade, sem ufanismo nenhum).” Disse e faço questão de repetir na ocasião do aniversário de 474 anos da nossa querida capital.

Sempre que alguém me pergunta, no Recife ou fora dele, sobre o que acho da cidade onde nasci e escolhi viver faço questão de deixar bem claro que a considero a melhor do mundo.

A segunda, bem longe, é Paris…

Essa preferência, todavia, não me impede, pelo contrário, de reconhecer seus problemas que, diga-se de passagem, não são pequenos.

Na mesma Algomais, destaquei também: “Diferente delas [as outras cidade patrimônio da humanidade], o Recife, em especial o seu centro, é precariamente preservado e está muitíssimo mal conservado, com o agravante de ter perdido o fio condutor de sua unidade, configurando-se, hoje, como se fora um quebra-cabeças desmontado.” Se já era assim, agora que Pernambuco vive a sua melhor oportunidade de crescimento dos últimos 50 anos, então, o problema aumenta muito mais.

A já combalida infraestrutura da cidade será estressada ao extremo com a pressão que já começa a sofrer como subproduto do dinamismo econômico.

O trânsito e os esgotos estourados são exemplos evidentes e cotidianos disto. É, portanto, mais do que chegada a hora da mobilização cidadã para reverter, urgentemente, essa forte tendência porque se isto não for feito, a probabilidade de ser atingido, já, já, o ponto de onde não é mais possível retornar passa a ser altíssima.

O tempo urge mas ainda não se esgotou.

Para aproveitá-lo, sem planejamento urbano há décadas, o Recife está precisando, mais do que nunca, do nosso benquerer, em especial para o seu esquecido centro, a sala de visitas de qualquer cidade que se preza.

Ainda repetindo o que escrevi na Algomais: “Que impressão tem o visitante de uma casa se encontra a sala de visitas desarrumada, mal cuidada e suja?

Vamos querer bem, cuidar e exigir que cuidem do nosso Recife e do seu centro.

Só assim ele poderá um dia realizar seu inegável potencial de patrimônio da humanidade.” Vamos aproveitar o aniversário de nossa magnífica cidade para reforçar a capacidade de mobilização em prol do seu real desenvolvimento nos associando a iniciativas como o Observatório do Recife.

A hora é essa, inclusive porque a Copa do Mundo vem aí e com ela investimentos obrigatórios em infraestrutura urbana.

Não podemos deixar passar essa oportunidade. É a última antes do ponto de não retorno.

Parabéns Recife!

Mais 474 anos, pelo menos, de beleza e alegria para Pernambuco, o Brasil e o Mundo.

PS : Francisco Cunha é consultor de empresas e diretor da TGI Consultoria