Por Maria Clara Cabral, na Folha.com Após visitar o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), nesta quinta-feira, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Distrito Federal, Francisco Caputo, defendeu a cassação do mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF).
Ela aparece em vídeo recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM. “É claro que ela ainda deve trazer elementos de defesa, não podemos antecipar nada, mas a gravidade dos fatos vai exigir a adoção de uma pena do porte de uma cassação.
Pelo que conhecemos de episódios idênticos, ela vai alegar que o dinheiro era para contribuição de campanha não declarada”, afirmou Caputo.
Caputo também pediu o fim da delação premiada a Barbosa, obtendo o apoio de Maia.
O argumento é de que os vídeos relacionados ao caso estão sendo divulgados de forma “lenta e aleatória”. “Acordamos de que o conjunto de informações do caso se abra de forma geral.
Estranha o fato de que essa gravação apareça só agora.
Há a expectativa de mais de 200 fitas e essa seria apenas a 31ª”, disse Maia. “Por isso queremos que essa delação seja revista”, emendou Caputo.
O presidente da OAB-DF também falou sobre a possibilidade de a Câmara julgar o caso, mesmo o fato tendo acontecido antes do mandato.
O vídeo de Jaqueline recebendo dinheiro seria de 2006. “O fato político aconteceu agora e para nós isso é uma amostra suficiente para a abertura de processo”, disse Caputo.
Ainda hoje, o PSOL pode pedir a abertura de processo contra a deputada na corregedoria-geral da Câmara.
Marco Maia também já solicitou informações ao Ministério Público.
Além disso, o Conselho de Ética da Casa deve se reunir na próxima quarta-feira.
Ontem, após pressão de seu partido, Jaqueline deixou a comissão especial da Câmara que debaterá reforma política.
A deputada ainda não se manifestou sobre o vídeo.