O carnaval tem sido uma das manifestações populares mais expressivas da espontaneidade e criatividade que caracteriza nossa cultura.
Assim, milhões de foliões se dirigem às ruas procurando momentos de felicidade porque, como diz o dito popular, “Alegria de pobre dura pouco”.
Nesse contexto é possível observar a tentativa de setores da elite de enquadrar a festa em um esquema de privatização que tem os camarotes como um dos principais sintomas e é viabilizado pelo patrocínio de grandes empresas e por verbas públicas.
A busca pelo lucro ameaça transformar nosso carnaval no modelo comercial adotado por Salvador e Rio de Janeiro.
Observamos agora no recife um processo de exclusão popular que procura tornar o povo um coadjuvante de um espetáculo em que os holofotes se voltam para as celebridades dos camarotes das elites.
Em frente a eles os trios elétricos param e reverenciam os que estão ali em uma situação privilegiada, enquanto o povo se espreme nas ruas de um lugar ao sol.
Devemos estar atentos a essa situação para que o carnaval não se transforme no espetáculo televisivo das escolas de samba carioca ou no modelo privatizado dos cordões de isolamento dos trios e camarotes baianos.
O Galo da Madrugada desfila nessa direção e pode se transformar em apenas mais uma “galinha dos ovos de ouro”.
Carnaval é criatividade e espontaneidade e não deve ser alvo da cobiça que busca privatizar um espetáculo em que o povo é a razão de sua existência.
Leitor atento do Blog