Prezado Jamildo, Há dois questionamentos pertinentes sobre o modelo de Carnaval Multicultural adotado pela Prefeitura do Recife há onze anos.
O primeiro deles é sobre a descentralização dos pólos: por que não há polo descentralizado em Boa Viagem ou Casa Forte?
A ideia é, de fato, democratizar o acesso à programação para quem não tem condições de se deslocar ao centro da cidade ou segregar, mantendo o pobre isolado na sua comunidade?
O segundo é sobre o conceito de multiculturalidade: em algum momento se pergunta ao cidadão se ele concorda com aquela tal atração multicultural?
O objetivo é realmente fazer com que estilos musicais variados colaborem para um Carnaval melhor ou empurrar goela abaixo o conceito de qualidade artística do gestor público?
Não discordo dos dois aspectos centrais do modelo, mas acredito que ele deve ser repensado, melhorado e, principalmente, democratizado. É preciso esquecer esta história de “espetáculos gratuitos”, afinal, é o dinheiro do contribuinte que custeia todo o evento.
E é este contribuinte e cidadão quem precisa estar em primeiro lugar, sempre.
Acredito que convidá-lo a participar da definição da programação seria um bom início.
Instalar linhas de ônibus especiais para o Recife Antigo durante os dias de folia, idem.
Com um pouco de boa vontade e inteligência, a Prefeitura poderá oferecer um Carnaval ainda melhor ao povo do Recife.
Afinal, para uma cidade como a nossa, Carnaval é coisa séria!
Fernando de Holanda